O que esperar de 8 ações do setor varejista na bolsa
Banco publica as expectativas para as ações do Pão de Açúcar, Arezzo, Guararapes, Hering, Lojas Renner, Marisa, Lojas Americanas e B2W
Da Redação
Publicado em 5 de abril de 2013 às 08h28.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h40.
O setor varejista trouxe muitas alegrias para os investidores nos últimos anos. Embaladas pelo crescimento da classe média no país, algumas ações deitaram e rolaram na bolsa. A Hering foi o caso mais emblemático. A empolgação toda, contudo, se traduziu em ações caras na comparação com outras fora do país. E isso afastou alguns investidores. Em um relatório publicado nesta semana, os analistas Francisco Chevez e Manisha Chaudhry do HSBC revisitaram as análises de 8 ações do setor varejista. “Os varejistas brasileiros fecharam 2012 com uma base robusta, e um grande número anunciou planos para manter um forte ritmo de expansão em 2013. Observamos que ninguém conhece melhor o consumidor do que os varejistas, que lidam com milhões de clientes a cada dia”, explicam. Confira a seguir as projeções para 8 ações analistas pela equipe de análise:
A varejista de alimentos tem a ação ( PCAR4 ) preferida pelo banco no setor varejista brasileiro. O HSBC prevê um maior foco no crescimento orgânico e também uma maior atenção à mudança de preferência do consumidor brasileiro dos hipermercados para os minimercados com a aposta na marca Extra. Além disso, a área da Viavarejo (Casas Bahia e Ponto Frio) tem mostrado uma melhora nas margens, o que deve melhorar agora que o Cade aprovou a fusão entre as duas adquiridas. O preço-alvo foi elevado de 120 reais para 132 reais. A recomendação continua como alocação acima da média. “A nosso ver, as ações do GPA devem ser negociadas em linha com os principais varejistas de alimentos dos mercados emergentes e da América Latina, considerando sua forte posição de liderança no grande e subpenetrado mercado do Brasil”, destacam Francisco Chevez e Manisha Chaudhry.
A gaúcha Renner ( LREN3 ) é a principal indicação do HSBC Global Research no varejo de vestuário na bolsa. A aposta se baseia na continuidade da boa administração da empresa e também na expansão da rede de lojas, com destaque para aposta no modelo de lojas exclusivo para o público jovem, a You.com a partir de julho. Os analistas alertam que as margens podem sofrer pressão por conta do plano da Renner de reformar 38 unidades em 2013. Durante o período de reformas, as lojas perdem entre 15% a 20% da receita normal. Depois de finalizadas, contudo, o aumento típico das receitas fica entre 5% a 10% em uma base sustentável, argumentam os analistas. O preço-alvo foi mantido em 92 reais. A recomendação é de alocação acima da média.
A famosa marca catarinense teve o preço-alvo reduzido de 42 reais para 39 reais. A recomendação é neutra. Após uma reestruturação muito bem sucedida e que resultou em um desempenho estelar das ações na bolsa, a Hering ( HGTX3 ) tem buscado se reinventar para continuar no frenético ritmo de crescimento. A Hering enfrentou no início do ano passado, assim como outras do setor, um recuo das vendas. Mas quando o movimento voltou com força, no último trimestre de 2012, a empresa ainda não tinha reposto os trabalhadores dispensados para ajustar a produção no início do ano e ficou de fora da crista da onda. Segundo o HSBC, esse atraso na aceleração da produção ainda pode ter afetado os três primeiros meses de 2013. “Embora nossa expectativa seja de uma recuperação em termos de vendas, à medida que os clientes franqueados se tornam mais otimistas, acreditamos que as margens podem continuar sob pressão, devido aos problemas de fornecimento e à redução nos incentivos fiscais [A Hering recebia incentivos do governo de SC ao realizar as importações de produtos pelos portos do estado]”, projeta o HSBC.
A ação ( ARZZ3 ) da rede fundada pelo empresário Anderson Birman teve o preço-elevado pelo HSBC de 45 reais para 50 reais. A recomendação foi reiterada em alocação acima da média. Os analistas do HSBC comparam a Arezzo mais com as empresas internacionais de calçados do que com as brasileiras de vestuário porque os investidores costumam pagar um pouco mais por empresas desse tipo. Daí a recomendação acima da média, apesar de o “valuation - análise de múltiplos” indicar um nível acima das concorrentes brasileiras. A empresa tem mostrado um crescimento muito acima das outras no país. Em 2012, a receita subiu 26,7%, enquanto as demais não passaram a casa dos 20% (Hering 10,2%, Marisa 17,4%, Renner 19,3% e Guararapes 16,4%). “Os drivers do crescimento em 2013 devem ser as vendas mesmas lojas (abertas há no mínimo 12 meses) mais fortes, a partir do canal de lojas próprias, e especificamente referindo-se às lojas Schutz, pois as unidades adicionadas em 2012 alcançaram a maturidade”, explicam os analistas. Além disso, o HSBC espera o lançamento de uma rede de franquias para a marca Anacapri a partir de 2014.
A dona da Riachuelo deverá ter o crescimento de 2013 baseado na expansão por meio de novas lojas. A empresa firmou o compromisso de abrir 40 lojas por ano até 2016. O preço-alvo ( GUAR3 ) foi elevado de 105 reais para 123 reais. A recomendação segue em neutra. “De forma austera, assumimos crescimento de 5% das vendas mesmas lojas (abertas há no mínimo 12 meses) em 2013, o que, a nosso ver, pode ser provar conservador. Portanto, nossa projeção de crescimento da receita deriva basicamente das lojas novas. Estimamos o crescimento da receita líquida em 17,4% em 2013, com expansão para 18,1% em 2014”, afirmam os analistas.
As ações da Lojas Marisa ( AMAR3 ) têm um valor “excepcional” negociadas ao nível atual, destacam os analistas do HSBC. Quando comparado o preço da ação sobre o lucro esperado para 2013, o desconto em relação aos papéis da Renner é de 16,5% e de 21% quando comparado aos da Hering. “Ainda que menor que outros líderes em vestuário no Brasil, não acreditamos que a Marisa merece descontos nesse patamar, especialmente considerando sua capacidade demonstrada de inovar, assim como de apresentar conteúdo de moda de forma consistente”, apontam os analistas Francisco Chevez e Manisha Chaudhry. O preço-alvo foi mantido em 42 reais. A recomendação continua em alocação acima da média.
A avaliação da Lojas Americanas ( LAME4 ) continua atrelada ao desempenho da sua controlada de comércio eletrônico B2W. Apesar de avaliar como bom o desempenho da empresa no último trimestre de 2012, o HSBC manteve a classificação neutra às ações devido ao aumento de participação na dona dos sites Submarino.com, Americanas.com e Shoptime. “Em nossa opinião, isto representa uma alocação questionável de recursos, os quais poderiam ser mais bem utilizados na base de lojas da empresa ou outros usos. Tememos que isso possa continuar ainda por algum tempo”, explicam. Com isso, a deterioração das margens na B2W contaminou as expectativas para a Lojas Americanas. O preço-alvo foi mantido em 19 reais.
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