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No radar: inflação nos EUA, CPI da Covid-19, e o que move os mercados

Bolsas internacionais operam em compasso de espera antes da divulgação de dados econômicos e de inflação

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 13 de abril de 2021 às 07h17.

Última atualização em 13 de abril de 2021 às 08h03.

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As bolsas globais operam em compasso de espera nesta terça-feira, 13, antes da divulgação de dados econômicos na zona do euro e de inflação nos Estados Unidos.

Os índices futuros americanos ficam próximos à estabilidade no pré-market, no aguardo do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), que será divulgado às 9h30. A expectativa dos economistas ouvidos pela Dow Jones é de que a taxa de inflação nos EUA tenha um aumento de 0,5% na comparação mensal e 2,5% na anual.

É esperado que a inflação aumente à medida que a economia se recupera e que a vacinação avança. Existe a preocupação, no entanto, de que a elevação súbita nos preços pressione o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) a subir a taxa de juros antes do programado. A instituição afirma que a inflação deve subir acima de 2% por um período prolongado antes que as autoridades aumentem a taxa de juros.

Na Europa, as bolsas operam majoritariamente no campo positivo antes da divulgação do Indicador do instituto Zew, que mede o sentimento econômico. Os resultados para a Alemanha e para a Zona do Euro às 11h.

Investidores do continente também repercutem a divulgação do PIB do Reino Unido na terça-feira, que indicou alta de 0,4% em fevereiro, levemente abaixo da expectativa de economistas, de expansão de 0,6%.

Na Ásia, os mercados fecharam em direções mistas. O destaque ficou com a gigante chinesa Alibaba, que subiu 0,43% nesta terça-feira após disparar mais de 6% no pregão anterior. Isso porque o banco central chinês anunciou que o Ant Group, afiliado de tecnologia financeira do Alibaba, vai se reestruturar como uma holding financeira.

Abaixo, os principais destaques desta terça-feira:

CPI e PEC da Covid-19

Por aqui, a notícia de que o governo estuda uma PEC para ações contra a Covid-19 que poderia abrir espaços a emendas parlamentares do Orçamento de 2021 tem preocupado os investidores. Segundo informações do Broadcast, as despesas da Saúde seriam bancadas com créditos extraordinários e ficaram fora do teto.

Outro ponto de atenção é a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, nstalada a pedido do STF para investigar eventuais omissões do governo federal no combate à pandemia. 

A base do governo no Senado pretende obstruir a CPI, que está prevista para ser oficialmente criada nesta terça-feira, com a leitura do requerimento pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), às 16h.

Entre as estratégias para minar a comissão, estão obstruções regimentais, assinaturas em uma CPI alternativa e pressão para que não sejam indicados membros por parte dos partidos, segundo o jornal Folha de S.Paulo.

Paralelamente, o plenário do STF deve decidir sobre a liminar de instalação da CPI na quarta-feira. A expectativa é que a decisão de Barroso em instaurar a Comissão seja mantida.

Enquanto isso, o Brasil registrou ontem a pior média diária de mortes por Covid-19: 3.124. O país tem 354.617 óbitos e 13.517.808 casos confirmados da doença.

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Petrobras elege conselho

A assembleia de acionistas da Petrobras (PETR3;PETR4) aprovou nesta segunda-feira o general da reserva Joaquim Silva e Luna como membro do Conselho de Administração da companhia. A eleição é o primeiro passo para que Luna seja o novo CEO da petroleira, conforme indicação de Jair Bolsonaro.

A chegada de Luna à empresa, que estava como comandante brasileiro da hidrelétrica binacional de Itaipu, ocorre após o presidente Bolsonaro ter discordado da forma como o executivo Roberto Castello Branco conduziu a política de preços de diesel e gasolina da companhia, seguindo indicadores internacionais de mercado.

Conforme o estatuto da empresa, o presidente da Petrobras é escolhido pelo Conselho de Administração dentre os seus membros. Sendo assim, o presidente da estatal precisa fazer parte do colegiado.

O impasse da última vaga

A destituição de Castello Branco do conselho resultou na saída de outros sete membros do colegiado, cujas vagas foram também preenchidas na assembleia extraordinária desta segunda-feira.

Foram eleitos, além de Luna, seis nomes indicados pela União: Eduardo Bacellar Leal Ferreira (também eleito presidente do colegiado), Ruy Flaks Schneider, Márcio Andrade Weber, Murilo Marroquim de Souza, Sonia Julia Sulzbeck Villalobos e Cynthia Santana Silveira.

A disputa pela oitava vaga foi vencida por Marcelo Gasparino, indicado por acionistas minoritários.

Antes de ser eleito, Gasparino havia escrito em seu perfil no LinkedIn que havia identificado problemas nos procedimentos da assembleia e que, caso vencesse a disputa, iria tomar posse e renunciar, para que as questões fossem corrigidas e uma nova reunião de acionistas fosse convocada. 

Como em todo conselho formado por sistema de voto múltiplo, a renúncia de um leva à queda de todos os eleitos pela mecânica. O EXAME IN conferiu com Gasparino e ele não quis comentar o tema, mas reafirmou a promessa. “Está no meu LinkedIn, só tenho uma palavra.”

IPO Mater Dei

Investidores não institucionais têm até esta terça-feira, 13, para participar do IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês) da rede hospitalar Mater Dei -- uma das operações mais aguardadas do ano. A precificação dos papéis acontece no dia seguinte, e as ações estreiam na B3 na sexta-feira, 16, sob o código MATD3.

Debêntures da Vale

O governo brasileiro vendeu cerca de 11,47 bilhões de reais em debêntures participativas da Vale (VALE3).

O Tesouro Nacional e o BNDES, que antes da venda detinha cerca de 55% do total das debêntures emitidas, venderam os 214,33 milhões de títulos ao preço de 53,50 reais cada uma, disseram à Bloomberg pessoas familiarizadas com o assunto.

Os preços no mercado secundário estavam em cerca de 60 reais na semana passada, segundo a Anbima, associação que reúne as entidades do mercado de capitais.

Pão de Açúcar e Cnova

O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) informou ao mercado, na noite desta segunda-feira, 12, que seu controlador, o Casino, está avaliando operações de mercado para suas subsidiárias Cnova, segundo maior e-commerce da França, no qual o GPA detém 34,17% do capital social, e GreenYellow, empresa de energia renovável.

Na sessão desta segunda-feira, as ações PCAR3 dispararam 10%, liderando os ganhos do Ibovespa. Para analistas e gestores do mercado, uma oferta secundária poderia também dar saída ao Pão de Açúcar em sua participação que possui na Cnova, avaliada em cerca de 6 bilhões de reais.

"Com essa venda, os investidores esperam que o GPA se desfaça da sua posição equivalente a 1/3 do Cnova. Também é rumores de que a participação da GPA no grupo Éxito (que fica na Argentina e Uruguai) esteja em negociação", acrescenta Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos.

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