Neoenergia: ação chegou a ser negociada acima de R$ 17 na abertura na B3. (Neoenergia/Divulgação)
Tais Laporta
Publicado em 1 de julho de 2019 às 11h44.
Última atualização em 1 de julho de 2019 às 15h01.
No segundo IPO do ano, a elétrica Neoenergia chegou a disparar 10% em sua estreia na B3. O papel era negociado acima de 17 reais nos primeiros negócios desta segunda-feira (1º). A companhia precificou sua ação a 15,65 reais na semana passada, com uma demanda nove vezes maior que a oferta. Perto das 11h45, o ativo era votado a 16,88.
A oferta inicial de ações da Neoenergia é a maior abertura de capital do setor energético na bolsa brasileira desde 2004, disse nesta segunda o presidente da B3, Gilson Finkelsztain. Em 2004 a CPFL abriu o capital. Segundo ele, o número de operações no mercado de capitais deve superar as expectativas da bolsa de valores B3 do início do ano, que estimava de 20 a 30 aberturas de capital e ofertas subsequentes (follow ons, termo em inglês) em 2019.
Controlada pela espanhola Iberdrola, a segunda maior elétrica do país movimentou mais de R$ 3 bilhões com o processo. No processo, os maiores acionistas venderam a participação. A Iberdrola se desfez de 29,7 milhões de ações, mas manteve o controle. Ela tinha 52,45% da companhia, antes da oferta.
O BB Investimentos vendeu 113,4 milhões de papéis e saiu do negócio. Já o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ) vendeu 64,9 milhões de títulos, reduzindo sua fatia de 38,21% para 32,86%.
Avaliada hoje em R$ 18,4 bilhões, a Neoenergia já havia tentado estrear na Bolsa em 2017, mas a precificação dos papéis na época não foi suficiente para convencer os acionistas de que a operação era vantajosa. No novo pedido de abertura de capital, a empresa tem ambição de ingressar no Novo Mercado da B3, o segmento mais alto de governança corporativa.
A abertura de capital da Neoenergia foi a segunda do ano, depois da varejista Centauro, que fez seu IPO em abril.
Em junho, foi grande a movimentação de ofertas secundárias de ações (follow ons), como a venda das ações detidas pela Caixa Econômica na Petrobras, que movimento R$ 7,3 bilhões na véspera e teve uma demanda bem superior à oferta.
Para o segundo semestre, estão previstos várias ofertas de ações, entre eles o da venda de participação da Petrobras na BR Distribuidora, o IPO da Caixa Seguridade, a venda de ações da Caixa no IRB e no Banco Pan, o IPO da Vivara (IPO), Banco Pan e uma possível oferta pública do Banco Inter nos EUA.