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Na contramão externa, dólar cai pela 3ª vez ante o real

Nas últimas três sessões, a moeda à vista no balcão acumulou perda de 2,94%, tendo nesta segunda-feira, 13, encerrado em R$ 3,1330 (-1,04%)


	O dólar começou o dia em alta, batendo a máxima de R$ 3,1770 (+0,35%) no balcão poucos minutos após a abertura, em linha com o movimento no exterior
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O dólar começou o dia em alta, batendo a máxima de R$ 3,1770 (+0,35%) no balcão poucos minutos após a abertura, em linha com o movimento no exterior (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2015 às 17h32.

São Paulo - O dólar ante o real começou a semana dando continuidade à tendência dos últimos dias e voltou a fechar em queda, na contramão do movimento externo.

Nas últimas três sessões, a moeda à vista no balcão acumulou perda de 2,94%, tendo nesta segunda-feira, 13, encerrado em R$ 3,1330 (-1,04%).

O dólar começou o dia em alta, batendo a máxima de R$ 3,1770 (+0,35%) no balcão poucos minutos após a abertura, em linha com o movimento no exterior.

Ainda pela manhã, mostrou bastante volatilidade, tendo invertido o sinal no final do período, passando então a renovar mínimas à tarde.

No patamar mais baixo do dia, já na reta final dos negócios, chegou a R$ 3,1300 (-1,14%). O giro financeiro foi fraco, o que, segundo fontes nas mesas de câmbio, favoreceu o declínio da moeda.

Perto das 16h30, o volume no segmento à vista era de US$ 1,1 bilhão. O dólar para agosto caía 0,82%, cotado em R$ 3,1560.

Especialistas não conseguiram identificar razões específicas para a queda do dólar ante o real, que tinha vários motivos para subir hoje.

Além de já ter recuado nas duas últimas sessões, a moeda esteve em alta ante as demais divisas no exterior e há um sentimento de cautela sobre o cenário doméstico.

Nesta semana, chega ao Brasil a equipe da Moody's para visitas a membros do governo e analistas dão como certo que haverá um rebaixamento da nota soberana - embora isso não deva sacrificar ainda o grau de investimento do rating nacional.

Além disso, permanece a expectativa em torno de uma mudança na meta de superávit primário este ano, ainda que o governo afirme que não há nada definido a respeito do assunto.

A área econômica estuda criar uma banda de flutuação para o superávit primário entre 0,6% e 1,1%, num modelo parecido com as metas de inflação.

Ainda no quadro fiscal, após ter se encontrado com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sinalizou que a votação do projeto de lei que trata das desonerações ficará para depois do recesso parlamentar.

No exterior, o dólar operou em alta de forma generalizada, tanto ante divisas emergentes e ligadas a commodities quanto em relação ao euro.

Prevaleceu a percepção de que as medidas adotadas nos últimos dias pela China para recuperar as bolsas e a solução encontrada para a Grécia abrem espaço para uma antecipação da alta de juros pelo Federal Reserve.

A Grécia e os credores chegaram a um acordo na madrugada desta segunda. Em troca de um programa de reformas e de austeridade, Atenas receberá um terceiro programa de socorro de cerca de 86 bilhões de euros, além do reescalonamento de sua dívida externa.

As condições serão dolorosas para os gregos, com uma série de medidas rígidas, que incluem aumentos de impostos, reformas trabalhistas e nas pensões, e devem ser votadas pelo Parlamento do país até quarta-feira.

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