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Morgan Stanley prefere ação da Vale e deixa MMX de lado

Execução dos novos projetos da empresa de Eike Batista será chave para a performance futura das ações

Papéis da Vale negociam a um desconto de 23% na comparação com a média histórica de preços, afirma o banco (Anderson Schneider/VEJA)

Papéis da Vale negociam a um desconto de 23% na comparação com a média histórica de preços, afirma o banco (Anderson Schneider/VEJA)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2011 às 06h45.

São Paulo – Com a demanda por minério de ferro aquecida pelo voraz crescimento da China e dos mercados emergentes, além da recomposição dos estoques no mundo desenvolvido, a equipe de análise do Morgan Stanley elevou ontem as estimativas para as empresas do setor de mineração para ajustar as estimativas aos novos preços projetados pelos analistas do banco para os preços dos metais.

Segundo os analistas Carlos De Alba, Bruno Montanari e Alfonso H Salazar, que assinam o relatório, a melhor aposta no setor é a Vale. A MMX, do empresário Eike Batista, é vista com mais cautela, principalmente após ter revelado um ousado plano de investimentos para o desenvolvimento das novas operações em Serra Azul e Bom Sucesso, ambas em Minas Gerais. Veja as projeções para o minério de ferro no mercado à vista, em dólares por tonelada:

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Período Novo Antigo Var. (%)
2011 172 135 27%
2012 176 140 26%
2013 150 135 11%
2014 135 130 4%
2015 120 125 -4%
2016 110 125 -12%
Longo prazo 95 73 29%

Vale

O banco manteve a recomendação de alocação acima da média (overweight) para a mineradora, porém elevou o preço-alvo de 38 dólares para 44 dólares para cada ADR (American Depositary Receipts). “A Vale oferece uma combinação distinta entre grandes volumes de minério de ferro em anos com preços no pico e crescimento da exposição às nossas commodities com preços no pico – cobre, carvão e níquel”, ressaltam os analistas.

Segundo eles, há um potencial de valorização de 35% para as ações para descontar integralmente o pico das projeções para o minério de ferro de 185 dólares por tonelada. No cenário otimista, com um preço de 222 dólares por tonelada, as ações teriam um potencial de 58%. “A ação tem historicamente se movido em conjunto com o preço à vista do minério de ferro”, lembram.

Além disso, ao preço atual, a Vale negocia a um múltiplo de preço sobre lucro (P/L) de 7,2 vezes para 2011, bem abaixo do múltiplo típico de pico em 10 vezes das mineradoras globais. O banco ressalta que a diferença representa ainda um desconto de 23% na comparação com a média histórica.

MMX

Para a MMX, o Morgan Stanley manteve a recomendação de alocação em linha com a média (equal-weight). Segundo o banco, o recente aumento no orçamento de investimentos mais do que compensa o aumento nos preços do minério de ferro para os próximos anos.

A empresa de Eike Batista anunciou no final do ano passado que planeja investimentos de cerca de 5 bilhões de reais até 2016, acima dos 3 bilhões de reais projetados anteriormente pelos analistas. A maior parte desse total será aplicada em Serra Azul - cerca de 3,5 bilhões de reais.

“A execução do projeto será chave para performance da ação nos próximos trimestres”, alerta o banco. O resultado da revisão das estimativas para o setor resultou na redução para o preço-alvo das ações da empresa de 14,6 reais para 13 reais.

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