Minoritários da OGX processam Eike, Bolsa e CVM
O economista Aurélio Valporto acusa o empresário de fraude ao divulgar perspectivas exageradamente otimistas sobre reservas de petróleo
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2013 às 09h50.
Rio - O economista Aurélio Valporto, acionista minoritário da OGX , acusa o empresário Eike Batista e a empresa petroleira de fraude ao divulgar perspectivas exageradamente otimistas sobre reservas de petróleo.
Sugere ainda que há indícios de uso de informações privilegiadas na compra e venda de ações por parte do controlador da companhia na época da divulgação dos fatos relevantes.
Entre os indícios compilados em relatório por Valporto - integrante de um grupo de acionistas que pretende entrar com ação judicial contra a OGX - está a divulgação, em fato relevante de janeiro de 2012, da presença de hidrocarbonetos no poço 1-OGX-63-SPS, no bloco BM-S-57, na Bacia de Santos. O bloco seria devolvido, sem alarde, um ano depois.
O minoritário afirma que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a BM&FBovespa foram negligentes ao não cobrar rigor na divulgação de informações pela OGX.
O grupo de minoritários pretende ir à Justiça não apenas contra a OGX, mas também contra Eike, Bolsa e CVM. A OGX e a BM&FBovespa não comentaram as acusações. Já a CVM afirma, em nota, que o dever de comunicação de fatos relevantes, internos ou externos, é atribuído exclusivamente à companhia.
Boas notícias em série
De outubro de 2009 a maio de 2012, a OGX fez 55 anúncios de descoberta de petróleo ou declarações de comercialidade (que indicam que a área vai virar um campo produtor).
No caso da divulgação da descoberta do 1-OGX-63-SPS, em 16 janeiro de 2012, o fato relevante da OGX não mencionava estimativa de reservas. Porém, circulou no mercado que o reservatório teria até 3 bilhões de barris. As ações da petroleira fecharam em alta de 5,37% no dia.
Em 1º de fevereiro de 2012, a OGX divulgou outro fato relevante confirmando a descoberta. Nele, referiu-se apenas ao potencial total da Bacia de Santos, de 1,8 bilhão de barris de petróleo e gás, e dizia que, com novos testes, os volumes superariam as estimativas vigentes.
Outro caso refere-se aos blocos BM-C-37 e BM-C-38, na Bacia de Campos. Ao divulgar os resultados do terceiro trimestre de 2012, a OGX anunciou que os prospectos Cozumel, Tulum, Cancun, Viedma e Cotopaxi poderiam ter até 1,196 bilhão de barris.
Em 31 de janeiro deste ano, porém, a OGX anunciaria que o poço em Cozumel era seco. O objetivo da fraude engendrada contra os investidores e pequenos acionistas foi a de fazê-los crer que a fase de alto risco já havia terminado, diz o relatório de Valporto.
Para João Fábio Fontoura, do Bornholdt Advogados, de Santa Catarina, houve uma política de divulgação de informações questionável. O escritório acionará na Justiça a OGX, Eike e executivos no próximo mês, em ação coletiva de um grupo de minoritários, diferente do qual Valporto faz parte.
Qualidade dos dados
Eles (os acionistas) confiaram nas informações disponíveis. E as informações que estavam ali levavam as pessoas a acreditar que o negócio era bom, diz Norma Parente, professora de Direito da PUC-Rio e ex-diretora da CVM. Para ela, falta capacidade de fiscalização e punição tanto à CVM quanto à Justiça.
Ícone da fraude, segundo Valporto, é uma entrevista de Eike Batista à XPTV, canal da XP Investimentos, em abril de 2010. Eike dizia que a OGX tinha US$ 1 trilhão em petróleo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Rio - O economista Aurélio Valporto, acionista minoritário da OGX , acusa o empresário Eike Batista e a empresa petroleira de fraude ao divulgar perspectivas exageradamente otimistas sobre reservas de petróleo.
Sugere ainda que há indícios de uso de informações privilegiadas na compra e venda de ações por parte do controlador da companhia na época da divulgação dos fatos relevantes.
Entre os indícios compilados em relatório por Valporto - integrante de um grupo de acionistas que pretende entrar com ação judicial contra a OGX - está a divulgação, em fato relevante de janeiro de 2012, da presença de hidrocarbonetos no poço 1-OGX-63-SPS, no bloco BM-S-57, na Bacia de Santos. O bloco seria devolvido, sem alarde, um ano depois.
O minoritário afirma que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a BM&FBovespa foram negligentes ao não cobrar rigor na divulgação de informações pela OGX.
O grupo de minoritários pretende ir à Justiça não apenas contra a OGX, mas também contra Eike, Bolsa e CVM. A OGX e a BM&FBovespa não comentaram as acusações. Já a CVM afirma, em nota, que o dever de comunicação de fatos relevantes, internos ou externos, é atribuído exclusivamente à companhia.
Boas notícias em série
De outubro de 2009 a maio de 2012, a OGX fez 55 anúncios de descoberta de petróleo ou declarações de comercialidade (que indicam que a área vai virar um campo produtor).
No caso da divulgação da descoberta do 1-OGX-63-SPS, em 16 janeiro de 2012, o fato relevante da OGX não mencionava estimativa de reservas. Porém, circulou no mercado que o reservatório teria até 3 bilhões de barris. As ações da petroleira fecharam em alta de 5,37% no dia.
Em 1º de fevereiro de 2012, a OGX divulgou outro fato relevante confirmando a descoberta. Nele, referiu-se apenas ao potencial total da Bacia de Santos, de 1,8 bilhão de barris de petróleo e gás, e dizia que, com novos testes, os volumes superariam as estimativas vigentes.
Outro caso refere-se aos blocos BM-C-37 e BM-C-38, na Bacia de Campos. Ao divulgar os resultados do terceiro trimestre de 2012, a OGX anunciou que os prospectos Cozumel, Tulum, Cancun, Viedma e Cotopaxi poderiam ter até 1,196 bilhão de barris.
Em 31 de janeiro deste ano, porém, a OGX anunciaria que o poço em Cozumel era seco. O objetivo da fraude engendrada contra os investidores e pequenos acionistas foi a de fazê-los crer que a fase de alto risco já havia terminado, diz o relatório de Valporto.
Para João Fábio Fontoura, do Bornholdt Advogados, de Santa Catarina, houve uma política de divulgação de informações questionável. O escritório acionará na Justiça a OGX, Eike e executivos no próximo mês, em ação coletiva de um grupo de minoritários, diferente do qual Valporto faz parte.
Qualidade dos dados
Eles (os acionistas) confiaram nas informações disponíveis. E as informações que estavam ali levavam as pessoas a acreditar que o negócio era bom, diz Norma Parente, professora de Direito da PUC-Rio e ex-diretora da CVM. Para ela, falta capacidade de fiscalização e punição tanto à CVM quanto à Justiça.
Ícone da fraude, segundo Valporto, é uma entrevista de Eike Batista à XPTV, canal da XP Investimentos, em abril de 2010. Eike dizia que a OGX tinha US$ 1 trilhão em petróleo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.