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Minerva aumenta produção e supera JBS no mercado de renda fixa

Rendimento de 4,7% neste ano dos títulos do Minerva com vencimento em 2019 é mais que o dobro do ganho registrado pelos papéis da JBS e da Marfrig

Minverva está se beneficiando da aquisição de um unidade de abate no Uruguai (Cláudio Rossi/EXAME.com)

Minverva está se beneficiando da aquisição de um unidade de abate no Uruguai (Cláudio Rossi/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2011 às 12h09.

Nova York/São Paulo - O frigorífico Minerva SA está superando rivais maiores como JBS SA e Marfrig Alimentos SA no mercado de renda fixa depois de reduzir a dívida em relação ao lucro em quase 30 por cento.

O rendimento de 4,7 por cento este ano dos títulos do Minerva com vencimento em 2019 é mais que o dobro do ganho registrado pelos papéis da JBS e da Marfrig, e quase duas vezes o retorno oferecido pelos bônus da BRF - Brasil Foods SA, a maior exportadora mundial de aves. O avanço dos títulos do Minerva se compara ao retorno de 3,5 por cento das notas vendidas por empresas americanas também consideradas junk, ou seja, com classificação de risco abaixo de Baa3 pela Moody’s Investors Service e inferior a BBB- pela Standard & Poor’s.

O Minerva se beneficia de uma disparada nas taxas de abate após a aquisição de uma unidade no Uruguai, que lhe permitirá reduzir a relação entre a dívida líquida e os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização de 4,4 para 3,2 vezes até o fim deste ano, de acordo com o Barclays Plc. A empresa, sediada em Barretos, no Estado de São Paulo, também aproveita o crescimento econômico mundial, já que as exportações representam 66 por cento da receita, comparado a 27 por cento para a JBS e 39 por cento para a Marfrig.

“Estamos vendo uma desalavancagem acontecer, e vemos isso acontecer pelos motivos certos”, disse Ivan Fernandes, analista de mercados emergentes do Barclays em Nova York, numa entrevista por telefone. “Eles têm capacidade nova pela qual já pagaram e que finalmente vai trazer o fluxo de caixa pelo qual eles investiram. Internacionalmente, eles mostraram que são muito capazes de colocar a carne, e sempre são capazes de encontrar mercado.”

‘Perspectiva positiva’

O rendimento dos títulos em dólar do Minerva com cupom 10,875 por cento baixou 56 pontos-base, ou 0,56 ponto percentual, este ano para 9,37 por cento, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. As notas rendem 197 pontos-base a mais do que títulos corporativos americanos de alto risco acompanhados por índices do Bank of America Merrill Lynch.


A nota de crédito do Minerva foi melhorada em um nível em novembro para B pela agência Standard & Poor’s, que citou a perspectiva de melhoria nas “relações financeiras por causa da expansão da capacidade de abate”. A nota, que é cinco níveis inferior ao grau de investimento, é menor do que as de JBS, Marfrig e Brasil Foods.

“O Minerva, quando começou o ano no topo da faixa de 9 por cento, para uma nota B, parecia atraente, especialmente quando comparada aos títulos de maior rendimento nos Estados Unidos”, disse Luz Padilla, que ajuda a administrar cerca de US$ 8 bilhões, incluindo títulos da Minerva, na Doubleline Capital LP em Los Angeles. “Eles parecem ter potencial para aumentar a geração de EBITA e começar o processo de desalavancagem.”

Estratégia ‘correta’

A compra do frigorífico PULSA SA no Uruguai por US$ 65 milhões elevará a capacidade em 19 por cento em relação ao terceiro trimestre, segundo Fernandes, do Barclays. A produção nas unidades de Campina Verde e Rolim Moura também vai se expandir em 19 por cento até o fim do ano.

A valorização dos títulos mostra que investidores aprovam a decisão do Minerva de aumentar a capacidade de produção, disse Eduardo Takeiti, gerente de relações com investidores da companhia.

“Nos últimos dois anos, tomamos dívida porque decidimos pelos projetos greenfield”, disse Takeiti numa entrevista por telefone de Barretos. “Nossa estratégia se provou correta, uma vez que os greenfields estão adicionando capacidade e a geração de caixa deles nos ajudará a desalavancar a empresa. Estamos muito confortáveis com o custo e o prazo da nossa dívida.”

A Brasil Foods e a Marfrig reponderam por e-mail à Bloomberg que não comentariam o assunto. A assessoria de imprensa da JBS também não quis comentar.

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