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México, Moro e Previdência: semana da política na bolsa

Semana que deveria ser de otimismo com relatório da Previdência deve ser impactada por reportagem que coloca Sergio Moro e a Lava-Jato nas cordas

IBOVESPA: índice fechou maio em alta, mas como reagirá a troca de mensagens entre Moro e Dallagnol? / REUTERS/Paulo Whitaker (Paulo Whitaker/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2019 às 06h59.

Última atualização em 10 de junho de 2019 às 08h08.

A política deve voltar a dar o tom nos mercados a partir desta segunda-feira, com o ministro da Justiça, Sergio Moro, como personagem principal nas mesas de negociação. Na noite de ontem, o siteThe Interceptpublicou mensagens trocadas entre Moro, ex-juiz responsável pela Operação Lava-Jato em Curitiba e o procurador Deltan Dallagnol.

Os diálogos mostram suposta colaboração entre Judiciário e Ministério Público na condução das investigações, e colocam Moro, a Lava-Jato, e o governo, contra a parede. Segundo conteúdo divulgado pela corretora XP a seus clientes, a Lava-Jato sofreu seu ataque mais importante até aqui. A dúvida é se o fato potencialmente explosivo conseguirá se sobrepor ao que deveria ser uma semana de otimismo.

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O relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-MG), após dois adiamentos, promete entregar na quinta-feira o relatório. Ontem Moreira foi à casa de Rodrigo Maia (DEM-RJ) numa reunião com líderes de nove partidos que se estendeu por cerca de 3 horas. “Líder convence a maioria de seus liderados”, afirmou Maia. Moreira disse que se reunirá na terça-feira com governadores em Brasília e que ainda haverá alterações no texto que veio do governo.

Ainda não se sabe como fica a proposta de capitalização, que deve ser à parte, assim como sobram dúvidas sobre a inclusão de estados e municípios. O déficit da Previdência nos estados é calculado em 80 bilhões de reais. Tampouco se sabe se dará tempo de levar o projeto para votação ao Plenário da Câmara ainda no primeiro semestre — o recesso parlamentar começa no dia 17 de julho.

O índice Ibovespa fechou maio com alta de 0,7%, a primeira para o mês desde 2009. Na primeira semana de junho, o índice voltou a fechar no azul. Foi decisiva para a alta recente uma melhor articulação entre os poderes para encaminhar a aprovação da reforma da Previdência, trazendo um pouco de otimismo para um cenário econômico dos mais duros. A economia encolheu 0,2% no primeiro trimestre, levando o governo a estudar medidas de recuperação de tiro curto, como a liberação dos saques do FGTS.

No exterior, bancos centrais na Europa e nos Estados Unidos sinalizaram contra o aumento nas taxas de juros, o que deve manter a liquidez em mercados como o brasileiro. Nos Estados Unidos, porém, o dia que era para marcar o início de um aumento de tarifas para importações mexicanas deve ser de alívio nos mercados. No fim de semana os dois países suspenderam “indefinidamente” a sobretaxa. Trump, fiel a seu estilo, cantou vitória no Twitter ao afirmar que o México concordou em tomar medidas duras contra a imigração ilegal na fronteira.

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