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Merrill Lynch pede distância de siderúrgicas e da Vale

Analistas do banco revisaram sua carteira de ações para o mercado brasileiro e apostam em uma retomada da Bovespa nos próximos meses


	Mina de ferro da Vale: Merrill Lynch reduziu a exposição de sua carteira a ações de empresas que lidam com materiais básicos, como mineradoras e siderúrgicas
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Mina de ferro da Vale: Merrill Lynch reduziu a exposição de sua carteira a ações de empresas que lidam com materiais básicos, como mineradoras e siderúrgicas (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2014 às 17h13.

São Paulo - Analistas do banco de investimentos americano Bank of America Merrill Lynch revisaram sua carteira de ações para o mercado brasileiro e apostam em uma retomada da Bovespa nos próximos meses.

Como estratégia principal, o banco reduziu a exposição de sua carteira a ações de empresas que lidam com materiais básicos, como mineradoras e siderúrgicas. Já setores como bancos, construção e alguns papéis ligados ao mercado interno são listados como as melhores opções.

Em relatório enviado a clientes, o analista Felipe Hirai afirma que os investidores estrangeiros estão menos pessimistas com o Brasil do que há dois meses, o que pode significar que um movimento de compra de ações esteja por vir.

“As impressões dos estrangeiros sobre a inflação e o crescimento da economia brasileira ainda não são muito otimistas, mas a avaliação que eles têm feito das empresas mostra um cenário bem mais atraente do que antes”, afirma.

No mês passado, a Merrill Lynch apostou em papéis mais expostos à desvalorização do real frente ao dólar, e nas ações mais sensíveis ao aumento das taxas de juros. O que mudou de fevereiro para março é que agora, com um real levemente mais valorizado, as apostas em exportadores não são mais tão contundentes. Já a visão sobre as empresas expostas a juros mais altos continua a mesma.

O analista reduziu a participação de empresas de materiais básicos na carteira de ações. Vale, Usiminas, e outras siderúrgicas perdem espaço por causa do aumento do risco ligado à economia da China.

“Seguimos muito cautelosos com setores como commodities, por causa da China, e consumo”, diz o relatório. Além disso, os benefícios que essas companhias colhem em um cenário de real mais desvalorizado parecem estar diminuindo por ora.

Desses setores, o único que permanece bem avaliado é o de papel e celulose, “cuja demanda segue resistindo”. A Embraer, que, embora não pertença ao setor de materiais básicos, também está exposta ao cenário externo, segue na lista “porque praticamente não está exposta aos problemas na China”.

Confira a análise setorial feita pela Merrill Lynch:

Bancos

O analista diz que está otimista com o desempenho de ações dos grandes bancos privados, que têm boas perspectivas de resultados. “Mesmo com o julgamento do STF sobre os planos econômicos em andamento”, a Merrill Lynch recomenda aos investidores a compra desses papéis. Os preferidos do banco são Bradesco e Itaú Unibanco.


Mercado imobiliário

À medida que as taxas de juros continuam subindo, “acreditamos que as empresas expostas a esse cenário podem ter bom desempenho”, diz o relatório. Segundo o banco, as ações da BR Malls estão entre as que têm maior potencial de alta.

Indústria

“É nossa segunda recomendação mais contundente”, diz o analista. Embraer e CCR estão entre as melhores ações do setor.

Materiais básicos

Apesar de muitas das ações desse setor parecerem “baratas”, segundo o relatório da Merrill Lynch, o banco recomenda que os investidores passem longe delas. “Nossa recomendação para ações da Vale é de redução da exposição”, diz o analista. “E também recomendamos exposição zero a ações de siderúrgicas”.

De acordo com Hirai, nos próximos meses, os riscos relacionados à economia da China e ao preço de commodities devem aumentar consideravelmente. “Mas mantemos recomendação de compra para papéis do setor de papel e celulose, que são mais defensivos.”

Petrobras

A Merrill Lynch mantém recomendação de venda para as ações da estatal. “Até acreditamos que as ações possam ter alguma alta em 2014, como resultado de melhoras na produção, mas as coisas ainda parecem incertas demais quando se fala na Petrobras”, alerta o relatório.

Consumo interno

De acordo com o relatório, ainda é preciso ter cautela com ações de empresas ligadas ao consumo interno. “Temos uma exposição seletiva a esse setor”, diz o analista. Ambev (pelo menos no primeiro semestre), Via Varejo e Lojas Renner estão entre as ações escolhidas.

Serviços públicos

O analista da Merrill Lynch não vê atrativos nas empresas prestadoras de serviços, como energia, por ora. “Isso sem falar nos riscos de um racionamento de energia no Brasil”, observa.

Telecomunicações

A visão para o setor de telecomunicações também é cautelosa, à medida que as empresas caminham para movimentos de consolidação. Na opinião de Hirai, o preço das ações já reflete um pouco desse cenário.

Confira abaixo a carteira recomendada pela Merrill Lynch:

Compra Venda
Embraer Vale
CCR Klabin
Kroton Suzano
Via Varejo Petrobras
Lojas Renner Cosan
Itaú Unibanco Ambev
Bradesco  
Cielo  
BM&Fbovespa  
BR Malls  
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