Mercado mantém dólar perto da estabilidade
São Paulo - O dólar fechou quase estável frente ao real nesta quarta-feira, em uma sessão marcada por volume acima da média nos negócios à vista e expectativa com uma possível intervenção do Banco Central no mercado futuro. A moeda norte-americana teve variação positiva de 0,06 por cento, a 1,771 real. O volume parcial registrado […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.
São Paulo - O dólar fechou quase estável frente ao real nesta quarta-feira, em uma sessão marcada por volume acima da média nos negócios à vista e expectativa com uma possível intervenção do Banco Central no mercado futuro.
A moeda norte-americana teve variação positiva de 0,06 por cento, a 1,771 real.
O volume parcial registrado na clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa até pouco antes do fechamento era superior a 4 bilhões de dólares, acima da média de 2,6 bilhões de dólares deste ano.
De acordo com quatro profissionais de mercado, houve comentários sobre a entrada de cerca de 1,2 bilhão de dólares no começo do dia por duas grandes exportadoras brasileiras. O ingresso de moeda, se confirmado, atenua a tendência das últimas semanas de um contínuo fluxo negativo de recursos.
De acordo com o BC, o saldo negativo de dólares para o país em julho estava em 2,3 bilhões de dólares até sexta-feira passada. O BC informou também nesta sessão a compra de 823 milhões de dólares em leilões liquidados em julho, até dia 23.
As operações de entrada comentadas no mercado podem ser um dos motivos para o aumento do volume. Outra possível razão é a proximidade do fim do mês, quando aumentam as operações de giro para formação da Ptax, taxa de referência usada para os ajustes de contratos futuros e outros derivativos cambiais.
Também pesou no fim do dia a piora do mercado internacional, com queda de 0,9 por cento do índice Standard & Poor's 500.
De qualquer forma, houve pouca oscilação no mercado de câmbio, com os agentes mais cautelosos sobre suas posições ante a possibilidade de um leilão de swap reverso pelo BC.
"A grande questão é: quanto você tem para ganhar com posição vendida com o câmbio nesse preço e quanto você tem para perder", disse Moacir Marcos Júnior, operador de câmbio da corretora Interbolsa do Brasil .
O banco francês BNP Paribas, por exemplo, defendeu uma estratégia de proteção contra a alta do dólar. "O recente ruído sobre a intervenção do BC no mercado de derivativos aumenta a probabilidade de uma correção abrupta do real mais adiante."
Sem confirmação sobre o swap reverso, as taxas locais de juros em dólares voltaram a ser pressionadas. Na máxima, o FRA (forward rate agreement) de cupom cambial para setembro atingiu 2,75 por cento, maior nível desde janeiro de 2009.