Mercados

Mercado local reabre atento a dados na China e Europa

As discussões sobre um aumento no desconto dos credores da dívida grega e os números mais fracos sobre o comércio exterior chinês podem respingar nas operações domésticas

Analistas esperam que o os lucros sejam afetados pela baixa demanda de empréstimos e taxas de juros baixas. Ainda, o Google reporta o desempenho trimestral nesta sessão (Nilton Fukuda/AGÊNCIA ESTADO)

Analistas esperam que o os lucros sejam afetados pela baixa demanda de empréstimos e taxas de juros baixas. Ainda, o Google reporta o desempenho trimestral nesta sessão (Nilton Fukuda/AGÊNCIA ESTADO)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2011 às 08h51.

São Paulo - O mercado financeiro brasileiro reabre nesta quinta-feira sem uma tendência clara do exterior. Progressos na Europa para a aprovação das mudanças no fundo de resgate da região animaram as praças globais na véspera, quando os pregões locais fecharam por feriado nacional, mas as discussões sobre um aumento no desconto dos credores privados da dívida grega e os números mais fracos sobre o comércio exterior chinês já sinalizavam minar o humor externo, o que pode respingar nas operações domésticas.

A perda que os investidores privados que possuem dívida da Grécia terão no segundo pacote de resgate a Atenas deve ficar entre 30% e 50%, e não em 21% como o combinado anteriormente, disseram autoridades da zona do euro na quarta-feira. Quatro autoridades da zona do euro confirmaram que agora está sendo considerado um desconto maior para investidores privados, de 30% a 50%, mas disseram que não há decisão final tomada ou acordos alcançados.

Uma fonte do Ministério das Finanças francês disse nesta quinta-feira que as autoridades da União Europeia estão analisando como um fundo de resgate mais alavancado poderia ser usado como garantia contra perdas de dívida soberana, oferecendo se garantias iniciais. A fonte acrescentou que a França apoia a ideia de converter o fundo em um banco como opção mais efetiva para sua alavancagem.

Conforme o texto de um discurso em uma conferência com executivos, o presidente-executivo do Deutsche Bank, Josef Ackermann, alertou que descontos sobre a dívida soberana combinados com demandas para aumentar o capital dos bancos podem levar a uma crise de crédito na economia real.

Na China, o saldo positivo da balança comercial de 14,5 bilhões de dólares no mês passado foi menor que o superávit de 17,8 bilhões registrado em agosto e menos da metade do total de 31,5 bilhões atingido em julho. As exportações para a União Europeia caíram ao menor valor desde junho. Tanto as importações quanto as exportações chinesas foram mais fracas que o esperado por economistas em uma pesquisa da Reuters. Nos Estados Unidos, dados sobre o mercado de trabalho e balança comercial devem dividir as atenções com o resultado do JPMorgan -- o primeiro grande banco norte-americano a divulgar o balanço do terceiro trimestre. Analistas esperam que o os lucros sejam afetados pela baixa demanda de empréstimos e taxas de juros baixas. Ainda, o Google reporta o desempenho trimestral nesta sessão.


Às 7h40, o índice MSCI para ações globais caía 0,16 por cento e para emergentes subia 0,58 por cento. O MSCI da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão ganhava 1,21 por cento. Em Tóquio, o Nikkei fechou em alta de 0,97 por cento. O índice da bolsa de Xangai encerrou com acréscimo de 0,78 por cento. Na Europa, contudo, o FTSEurofirst 300 cedia 1 por cento.

O futuro do norte-americano S&P 500 perdia 0,46 por cento -- 5,50 pontos.

No segmento cambial, o euro recuava 0,39 por cento, a 1,3734 dólar, enquanto o índice DXY, que mede o valor do dólar ante uma cesta com as principais divisas globais, avançava 0,29 por cento. Frente à moeda japonesa , o dólar perdia 0,48 por cento, a 76,92 ienes. Entre as commodities, o petróleo do tipo Brent em Londres era cotado em baixa de 1,10 por cento, a 110,14 dólares. Nas operações eletrônicas em Nova York, o barril caía 1,57 por cento, a 84,23 dólares. O cobre transacionado na City londrina cedia 1,90 por cento.

A pauta local destaca o índice de atividade calculado pelo Banco Central, o IBC-Br, para agosto. Mas também merece ser monitorada a divulgação dos primeiros resultados da Sondagem Conjuntural do Setor de Comércio pelo BC e o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas.

Acompanhe tudo sobre:AçõesAmérica LatinaÁsiabolsas-de-valoresChinaDados de BrasilEuropa

Mais de Mercados

O impasse sobre a queda de juros nos EUA que coloca grandes gestores em pontas opostas

Oportunidade imperdível e BC ‘no corner’: Stuhlberger e Xavier já veem aumento da Selic

Fim da seca? Presidente da CVM vê demanda represada para IPOs

Goldman atribui queda do dólar a BC mais duro e vê espaço para moeda cair mais

Mais na Exame