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Mercado japonês registra maior alta desde 2008, impulsionado por recuperação global

Índice Nikkei dispara 10,23% após perdas históricas, enquanto o dólar enfraquece frente ao iene; demais mercados asiáticos também apresentam recuperação

Mercados asiáticos puxaram recuperação, após segunda complicada para os mercados financeiros pelo mundo. (da-kuk/iStockphoto)
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 6 de agosto de 2024 às 05h59.

Os mercados de ações no Japão experimentaram uma significativa recuperação na terça-feira, 6, com o índice Nikkei subindo 10,23%, encerrando o dia em 34.675,46 pontos.Este aumento marca o maior ganho diário desde outubro de 2008, refletindo uma recuperação parcial após a forte queda registrada no pregão anterior. O índice Topix também acompanhou essa tendência, subindo 9,3% para 2.434,21 pontos. O movimento de alta foi atribuído à estabilização das taxas de juros e à redução das preocupações imediatas com uma recessão nos Estados Unidos, que havia gerado uma onda de vendas nos mercados globais no início da semana. As informações são da Bloomberg e CNBC.

A decisão do Banco do Japão de manter as taxas de juros inalteradas, após o aumento da semana anterior, foi um dos principais fatores que contribuíram para a recuperação dos mercados japoneses. O aumento das taxas havia gerado uma valorização significativa do iene, que atingiu uma máxima de sete meses, pressionando as ações das empresas exportadoras. Com a desvalorização do iene na terça-feira, que caiu 1,45% em relação ao dólar, essas empresas tiveram um alívio, levando a uma recuperação nas suas ações. Entre os destaques estão as empresas dos setores automotivo e de tecnologia, que registraram fortes ganhos.

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O setor automotivo japonês, que havia sido duramente atingido pela valorização do iene, viu suas ações subirem significativamente. A Suzuki Motor, uma das principais montadoras do país, registrou um aumento de 17,01% em suas ações.

Na Coreia do Sul, os mercados também registraram ganhos significativos. O índice Kospi subiu 3,3%, fechando o dia em 2.522,15 pontos, enquanto o Kosdaq, focado em empresas de menor capitalização, avançou 6,02%, encerrando o pregão em 732,87 pontos. Esses resultados foram vistos como uma recuperação após a queda acentuada registrada na segunda-feira, que levou à interrupção temporária das negociações devido ao acionamento dos "circuit breakers".

A China, por sua vez, apresentou um desempenho mais estável, com o índice CSI 300 encerrando o dia praticamente inalterado, em 3.342,98 pontos. O índice Hang Seng de Hong Kong também mostrou pouca variação. Os investidores chineses permanecem cautelosos, aguardando novos sinais do governo sobre possíveis medidas de estímulo econômico, em um momento em que a economia do país enfrenta desafios significativos, como a desaceleração do crescimento e problemas no setor imobiliário.

Desvalorização do iene

No mercado de câmbio, o enfraquecimento do iene foi um dos principais destaques do dia, com a moeda sendo cotada a 145,6 ienes por dólar. A desvalorização ocorreu após a forte valorização registrada na semana anterior, que havia pressionado os mercados e levado a quedas acentuadas nos principais índices japoneses.

Os preços do petróleo também registraram alta na terça-feira, 6, refletindo um aumento nas preocupações com a oferta global, após a interrupção da produção na maior refinaria da Líbia. O Brent, principal referência internacional, subiu 0,89%, sendo cotado a US$ 76,98 (R$ 438,93) por barril, enquanto o West Texas Intermediate, referência nos Estados Unidos, avançou 0,84%, alcançando US$ 73,78 (R$ 422,33) por barril.

Giro pelo mundo

Na Austrália, o Banco da Reserva decidiu manter a taxa de juros em 4,35%, em linha com as expectativas do mercado. A decisão foi acompanhada por uma revisão nas previsões econômicas, com o banco central ajustando para cima a previsão de crescimento do PIB para 1,7% até o final do ano, enquanto a previsão de inflação foi reduzida para 3%. A manutenção da taxa de juros foi vista como uma medida prudente, dada a incerteza sobre a trajetória da inflação e o impacto das políticas monetárias globais na economia australiana.

Nos Estados Unidos, os mercados enfrentaram uma semana volátil, com os principais índices registrando quedas acentuadas na segunda-feira. O Dow Jones caiu 2,6%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq recuaram 3% e 3,43%, respectivamente. Esses resultados marcaram as piores sessões desde setembro de 2022, refletindo a preocupação dos investidores com um possível enfraquecimento da economia americana. No entanto, os futuros dos principais índices indicavam uma leve recuperação para o pregão de terça-feira, sinalizando um possível alívio após as fortes quedas.

No campo corporativo, um tribunal federal dos EUA decidiu que o Google monopolizou ilegalmente o mercado de buscas, representando uma vitória significativa para o governo em seu primeiro grande caso antitruste contra uma gigante de tecnologia em mais de duas décadas. A Nvidia anunciou que o lançamento de seus novos chips de inteligência artificial será adiado devido a problemas de design, conforme fontes ligadas à produção. A Dell Technologies Inc. comunicou que está cortando empregos como parte de uma reestruturação de suas equipes de vendas, que inclui a criação de um novo grupo focado em produtos e serviços de inteligência artificial.

Eventos importantes desta semana incluem dados de comércio e reservas cambiais da China e crédito ao consumidor dos Estados Unidos, ambos na quarta-feira (7). Na quinta-feira (8), saem os dados de produção industrial da Alemanha e os pedidos iniciais de seguro-desemprego nos EUA, seguidos pelo discurso de Thomas Barkin, do Fed. Na sexta-feira (9), a China divulgará seu índice de preços ao produtor (PPI) e índice de preços ao consumidor (CPI).

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