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Mercado de olho em mais sinais de recessão e no setor bancário

Discurso do presidente do BC americano em evento anual é o grande destaque

Mercado espera ansioso pelo discurso de Ben Bernanke, presidente do Fed, na sexta-feira (Brendan Smialowski/Getty Images)

Mercado espera ansioso pelo discurso de Ben Bernanke, presidente do Fed, na sexta-feira (Brendan Smialowski/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2011 às 20h02.

São Paulo – Mais uma semana com o mercado de olho em novos sinais de um desaquecimento da economia global, além de um acompanhamento clínico sobre a situação dos bancos na Europa e de suas subsidiárias nos EUA. Na semana passada, os temores sobre a saúde do setor bancário pesaram sobre as ações em todo o mundo. Além disso, as revisões para a economia levaram o mercado a repensar as projeções de lucros para as empresas em 2011 e 2012.

“Uma nova recessão ganha mais reforço a cada dia com a divulgação de novos rebaixamentos de crescimento pelas instituições”, disse Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora, em relatório. Na sexta-feira, o JPMorgan reduziu a sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no 4º trimestre deste ano de 2,5% para 1,0%, e rebaixou para o 1º trimestre de 2012 de 1,5% para 0,5%. O Citigroup cortou sua projeção de 1,7% para 1,6% em 2011, e de 2,7% para 2,1% em 2012.

O Brasil não escapou dos novos cálculos. O banco Goldman Sachs agora prevê que o PIB brasileiro crescerá 3,7% em 2011 e 3,8% em 2012, ante o crescimento de 4,5% e 4%, respectivamente, projetado anteriormente. Isso representaria uma desaceleração ainda mais acentuada na comparação com a expansão econômica de 7,5% do ano passado.

Os investidores também continuam olhando para a situação dos bancos. “Os temores sobre a situação dos bancos europeus continuaram a pesar e as preocupações aumentaram depois que o banco suíço Swiss National Bank recorreu ao Fed de Nova York para injeção de liquidez na instituição de cerca de US$ 200 milhões, via linha de swap voltada para bancos centrais estrangeiros”, ressalta Hamilton Moreira Alves, estrategista do BB Investimentos, em relatório.

Agenda

Nos EUA, mais dados podem sinalizar a saúde da economia do país, além de revelar o impacto dos recentes soluços do mercado financeiro na confiança. Na terça-feira, o mercado conhece o número de vendas de casas novas no mês de julho. Na quarta-feira é a vez do “durable orders”, que mostra o nível dos pedidos de bens duráveis à indústria. A expectativa é de um crescimento de 2% no mês passado, ante a queda de 1,9% em junho.


Na quinta-feira, mais uma vez o relatório semanal de pedidos de auxílio-desemprego será acompanhado de perto. Na sexta-feira, os investidores irão avaliar a segunda estimativa do PIB no 2º trimestre. A expectativa é de um crescimento de 2,3%. Por fim, a Universidade Michigan traz o relatório de confiança do consumidor “Michigan Sentiment”. O consenso aponta para um resultado de 55,4 pontos em agosto.

“Na Europa, os investidores estarão atentos aos índices de atividade manufatureira e de serviços, onde se espera uma leve contração da atividade manufatureira na zona do euro e na França”, destaca Alves, do BB Investimentos.

Jackson Hole

Fora da agenda de indicadores, o presidente do Banco Central americano (Federal Reserve), Ben Bernanke, irá discursar na sexta-feira em um esperado evento anual em Jackson Hole, Wyoming, promovido pelo Fed de Kansas City. O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, também estará presente.

“Para se ter uma ideia da importância do encontro, foi neste mesmo evento no ano passado que o presidente do Fed sinalizou que não esperava mais ajudas fiscais do governo americano e que a economia mundial poderia passar por dificuldades”, analisa o economista-chefe do banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, em relatório.

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