Boom em 2026: consumo discricionário, setor imobiliário e companhias industriais devem ter aceleração (Ramin Talaie/Corbis/Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 15 de dezembro de 2025 às 10h44.
Para além da inteligência artificial (IA), os analistas do Goldman Sachs, dizem que há setores ainda não mirados pelo mercado, mas que podem ter um bom desempenho no ano que vem.
O índice S&P 500 subiu 16% este ano, com as sete gigantes da tecnologia, conhecidas como "Magnificent Seven", representando agora cerca de um terço da ponderação do índice. Tudo isso gera uma obsessão com o tema da inteligência artificial e as big techs.
Mas o mercado também debate se está entrando em uma bolha especulativa alimentada pelo entusiasmo com a tecnologia. As ações da Nvidia, fabricante de chips de IA e a empresa de capital aberto mais valiosa do mundo, subiram 30% somente neste ano.
Entretanto, no mês passado, analistas do Goldman Sachs escreveram que o mercado pode já ter precificado a maior parte dos ganhos potenciais da IA. Por conta disso, o banco afirma que as maiores oportunidades no próximo ano podem vir de outro lugar.
"Em termos setoriais, esperamos que a aceleração do crescimento econômico em 2026 impulsione o crescimento do lucro por ação principalmente nos setores cíclicos, incluindo Bens Industriais, Materiais e Consumo Discricionário", escreveram em um relatório divulgado na última quinta-feira, 11.
Os analistas observaram que a previsão mais ampla da empresa também incorpora a redução das pressões tarifárias.
Em linha com essa leitura, os analistas apontam que o lucro por ação das empresas do setor imobiliário deve ganhar tração, passando de um avanço estimado de 5% neste ano para 15% no próximo. No consumo discricionário, a expectativa também é de aceleração, com crescimento projetado de 3% para 7%, segundo o relatório.
A recuperação tende a ser ainda mais expressiva entre as companhias industriais. De acordo com o banco, o lucro por ação do setor deve sair de uma alta de 4% para um crescimento de 15%.
Já no segmento de tecnologia da informação, o movimento é oposto. O relatório do Goldman Sachs projeta uma desaceleração no crescimento do lucro por ação, que deve recuar de 26% em 2025 para 24% em 2026.
Os primeiros indícios dessa mudança, segundo o relatório, já podem ser observados no comportamento recente do mercado. Em um documento separado divulgado na sexta-feira, 12, o Goldman Sachs destacou que as ações cíclicas avançaram de forma consistente, superando os papéis defensivos por 14 pregões consecutivos até quinta-feira — a sequência mais longa em mais de 15 anos.
Mesmo assim, os analistas avaliam no relatório que esse desempenho ainda não reflete plenamente um cenário econômico mais construtivo. O posicionamento atual do mercado acionário indica que os investidores trabalham com uma expectativa de crescimento próxima de 2%, abaixo da projeção de 2,5% do Goldman Sachs.
“Apesar da recuperação cíclica e do otimismo econômico generalizado em nossas conversas com clientes, o mercado não parece estar precificando totalmente a provável aceleração econômica em 2026”, escreveram os analistas no relatório.
Essa aceleração é peça-chave para a tese do banco. No relatório, os analistas afirmam esperar uma retomada mais ampla do crescimento da economia americana no próximo ano, movimento que deve sustentar um avanço de 12% nos lucros por ação do S&P 500.
*com informações do Business Insider