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Medo da inflação, atrito sino-americano na indústria de chips, Focus e o que mais move o mercado

Mercado inicia semana à espera de dados da inflação americana; números da sexta elevaram apostas de alta de juros do Fed

Microchip: EUA proibiu importação de chips chineses feitos com tecnologia americana (mailsonpignata / 500px/Getty Images)

Microchip: EUA proibiu importação de chips chineses feitos com tecnologia americana (mailsonpignata / 500px/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 10 de outubro de 2022 às 07h33.

Última atualização em 10 de outubro de 2022 às 10h20.

O mercado internacional segue avesso ao risco nesta segunda-feira, 10, com o dólar em alta e bolsas sem forças para recuperarem as perdas da última semana. Dados divulgados nos Estados Unidos na sexta-feira, 7, seguem atormentando investidores.

Os números do payroll e da taxa de desemprego saíram acima das projeções, mostrarando um mercado de trabalho americano ainda pujante e indo na direção contrária a dados do início da semana que sugeriram um esfriamento da atividade econômica. O mercado de trabalho é uma das peças-chave para a política de juros do Federal Reserve (Fed). Quanto mais aquecido, maior é o espaço para subir juros na tentativa de controlar a inflação.

O dado mais aguardado desta semana, por sinal, é o Índice de Preço ao Consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) de setembro, que será divulgado na quinta-feira, 13. A expectativa é de queda do patamar anual de 8,3% para 8,1%, que, se não concretizada, tende a provocar novas perdas nas bolsas e aumentar as apostas de juros mais altos.

A probabilidade de que o Fed suavizasse alta de juros para 0,50 ponto percentual na próxima reunião reduziu significativamente desde da última semana, com as apostas se concentrando numa quarta elevação de 0,75 ponto percentual. A possibilidade de uma quinta alta de 0,75 p.p., em dezembro, que era de 0% no incío da última semana, já é precificada com 20% de chance, segundo monitor do CME.

Expectativas de juros mais altos têm um efeito ainda mais arrasador em empresas de tecnologia, com projeções de grande crescimento no longuíssimo prazo. O índice Nasdaq, com maior concentração delas, teve o pior desemprenho de Wall Street na sexta-feira, desabando 3,8%.

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Desempenho dos indicadores às 7h35 (de Brasília):

  • Dow Jones futuro (Nova York): - 0,14%
  • S&P 500 futuro (Nova York): - 0,24%
  • Nasdaq futuro (Nova York): - 0,39%
  • DAX (Frankfurt): + 0,38%
  • CAC 40 (Paris): - 0,43%
  • FTSE 100 (Londres): - 0,34%
  • Stoxx 600 (Europa): - 0,16%
  • Hang Seng (Hong Kong): - 2,95%

EUA x China na guerra dos chips

Mas se já não fossem os efeitos macros sobre o setor, um novo fator tem agitado o mercado de tecnologia: um conflito entre Estados Unidos e China na indústria de microchips.

Ações de empresas chinesas desabaram nesta segunda-feira, 10, após os Estados Unidos proibir a importação de chips de empresas que fazem uso de tecnologia americana. A medida de Washington também proíbe que cidadãos ou intituições americanas trabalhem para as fabricantes chinesas de chips, a menos que tenham autorização explicíta para a atividade.

A Hua Hong Semiconductor tombou cerca de 10% na bolsa de Hong Kong, enquanto a maior do setor na China, a Semiconductor Manufacturing International, caiu 4%. O principal índice bolsa, o Hang Seng, caiu 2,95% nesta madrugada. 

Focus é destaque da agenda do dia

Sem grandes divulgações macroeconômicas previstas para esta segunda, o principal destaque deve ficar com a divulgação do Focus. O boletim de projeções do mercado para os principais indicadores da economia brasileira deverá incorporar dados da última semana, que saíram melhores que o esperado, como o IGP-DI e o de vendas do varejo. O Focus desta segunda também será o último antes do IPCA de setembro, que sairá nesta terça-feira, 11.

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