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Medidas e dados fiscais colocam juros em baixa

Até o recuo das vagas formais no país, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Empregados (Caged) anunciado mais cedo, contribuiu neste sentido

Bovespa: no fim da sessão regular, taxa do contrato futuro de juros para abril de 2015 ficou em 12,486% (Germano Lüders/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2015 às 17h32.

São Paulo - As medidas e os dados fiscais divulgados na quinta-feira, 26, e nesta sexta-feira, 27, no Brasil foram determinantes para o recuo das taxas dos contratos futuros de juros hoje.

Isso porque as novidades reforçaram, na visão do mercado, a ideia de que o governo federal está, de fato, em busca de um superávit fiscal de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015.

E até o recuo das vagas formais no país, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Empregados (Caged) anunciado mais cedo, contribuiu neste sentido.

No fim da sessão regular, a taxa do contrato futuro de juros para abril de 2015 ficou em 12,486%, ante os 12,484% do ajuste de ontem, enquanto o DI para janeiro de julho de 2015 marcou 12,79%, ante 12,80%.

No trecho mais longo da curva a termo, o contrato para janeiro de 2017 marcou 12,78%, ante 12,94% de ontem, e o DI para janeiro de 2021 indicou 12,23%, ante 12,55%.

Pela manhã, os mercados já repercutiam as medidas fiscais anunciadas ontem.

Em edição extra do Diário Oficial, o governo divulgou decreto com a reprogramação da execução financeira dos órgãos do Poder Executivo para o primeiro quadrimestre.

As despesas com custeio e investimentos foram limitadas a R$ 75,155 bilhões.

Desse montante, R$ 15,175 bilhões serão usados exclusivamente para pagamento de despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Outros R$ 59,980 bilhões irão para as demais demandas.

Já na manhã de hoje o Diário Oficial trouxe uma medida provisória que revisa as regras de desoneração da folha de pagamento de setores produtivos, altera a legislação tributária incidente sobre bebidas frias e dispõe sobre medidas tributárias referentes à realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.

Na prática, torna o recolhimento das empresas na folha maior, de 4,5% a 2,5% sobre o faturamento, e não mais de 2% a 1%.

Em algumas situações, porém, a alíquota permanecerá em 2% até o encerramento dos projetos.

É o caso das obras matriculadas no Cadastro Específico do INSS (CEI) no período entre 1º de abril de 2013 e 31 de maio de 2013.

Hoje, 56 segmentos contam com o benefício da desoneração da folha, criado pelo governo Dilma Rousseff em 2011.

Não bastassem as novidades na área fiscal, o Ministério do Trabalho e Emprego informou que o país fechou 81.774 vagas em janeiro, bem mais do que esperavam os economistas.

A notícia trazida pelo Caged é ruim, mas contribuiu para a baixa das taxas futuras de juros. Afinal, se o emprego vai mal, a renda também é afetada e, no limite, a pressão inflacionária diminui.

Mas, quando o Banco Central divulgou os dados do setor público consolidado, o viés de baixa para os juros futuros se consolidou.

Isso porque o Banco Central anunciou superávit primário de R$ 21,063 bilhões em janeiro - o maior para o mês desde 2012 e acima do esperado pelo mercado.

O resultado ocorreu a despeito de, de acordo com o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, as medidas fiscais anunciadas mais recentemente ainda não terem impacto sobre os números.

"Esses impactos ainda serão incorporados nos próximos meses. Em fevereiro, já devemos ter reflexo", previu.

À tarde, Levy voltou para o foco. Em entrevista coletiva ainda em andamento, o ministro anunciou mais novidades na área fiscal.

Segundo ele, um decreto vai regulamentar a alíquota do Reintegra - mecanismo de devolução de valores tributários para empresas exportadoras - em 1%. Antes, 3% eram devolvidos.

"O valor do Reintegra variava de 0,1% a 3%, mas é para ser regulamentado. O valor mais adequado é de 1%", defendeu.

Os comentários de Levy fizeram os juros recuarem um pouco mais na reta final da sessão regular. Além disso, no exterior os yields (retornos) dos Treasuries (títulos do Tesouro americano) cediam nesta tarde.

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São Paulo - As medidas e os dados fiscais divulgados na quinta-feira, 26, e nesta sexta-feira, 27, no Brasil foram determinantes para o recuo das taxas dos contratos futuros de juros hoje.

Isso porque as novidades reforçaram, na visão do mercado, a ideia de que o governo federal está, de fato, em busca de um superávit fiscal de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015.

E até o recuo das vagas formais no país, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Empregados (Caged) anunciado mais cedo, contribuiu neste sentido.

No fim da sessão regular, a taxa do contrato futuro de juros para abril de 2015 ficou em 12,486%, ante os 12,484% do ajuste de ontem, enquanto o DI para janeiro de julho de 2015 marcou 12,79%, ante 12,80%.

No trecho mais longo da curva a termo, o contrato para janeiro de 2017 marcou 12,78%, ante 12,94% de ontem, e o DI para janeiro de 2021 indicou 12,23%, ante 12,55%.

Pela manhã, os mercados já repercutiam as medidas fiscais anunciadas ontem.

Em edição extra do Diário Oficial, o governo divulgou decreto com a reprogramação da execução financeira dos órgãos do Poder Executivo para o primeiro quadrimestre.

As despesas com custeio e investimentos foram limitadas a R$ 75,155 bilhões.

Desse montante, R$ 15,175 bilhões serão usados exclusivamente para pagamento de despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Outros R$ 59,980 bilhões irão para as demais demandas.

Já na manhã de hoje o Diário Oficial trouxe uma medida provisória que revisa as regras de desoneração da folha de pagamento de setores produtivos, altera a legislação tributária incidente sobre bebidas frias e dispõe sobre medidas tributárias referentes à realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.

Na prática, torna o recolhimento das empresas na folha maior, de 4,5% a 2,5% sobre o faturamento, e não mais de 2% a 1%.

Em algumas situações, porém, a alíquota permanecerá em 2% até o encerramento dos projetos.

É o caso das obras matriculadas no Cadastro Específico do INSS (CEI) no período entre 1º de abril de 2013 e 31 de maio de 2013.

Hoje, 56 segmentos contam com o benefício da desoneração da folha, criado pelo governo Dilma Rousseff em 2011.

Não bastassem as novidades na área fiscal, o Ministério do Trabalho e Emprego informou que o país fechou 81.774 vagas em janeiro, bem mais do que esperavam os economistas.

A notícia trazida pelo Caged é ruim, mas contribuiu para a baixa das taxas futuras de juros. Afinal, se o emprego vai mal, a renda também é afetada e, no limite, a pressão inflacionária diminui.

Mas, quando o Banco Central divulgou os dados do setor público consolidado, o viés de baixa para os juros futuros se consolidou.

Isso porque o Banco Central anunciou superávit primário de R$ 21,063 bilhões em janeiro - o maior para o mês desde 2012 e acima do esperado pelo mercado.

O resultado ocorreu a despeito de, de acordo com o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, as medidas fiscais anunciadas mais recentemente ainda não terem impacto sobre os números.

"Esses impactos ainda serão incorporados nos próximos meses. Em fevereiro, já devemos ter reflexo", previu.

À tarde, Levy voltou para o foco. Em entrevista coletiva ainda em andamento, o ministro anunciou mais novidades na área fiscal.

Segundo ele, um decreto vai regulamentar a alíquota do Reintegra - mecanismo de devolução de valores tributários para empresas exportadoras - em 1%. Antes, 3% eram devolvidos.

"O valor do Reintegra variava de 0,1% a 3%, mas é para ser regulamentado. O valor mais adequado é de 1%", defendeu.

Os comentários de Levy fizeram os juros recuarem um pouco mais na reta final da sessão regular. Além disso, no exterior os yields (retornos) dos Treasuries (títulos do Tesouro americano) cediam nesta tarde.

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