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Maré positiva? China corta tarifas dos EUA e impulsiona bolsas pelo mundo

Fim do processo de impeachment de Donald Trump e nova redução de juros no Brasil se somam à serie de notícias positivas

Navio no porto de Shangai: entre os produtos americanos beneficiados estão petróleo e soja, que tiveram o imposto extra reduzido de 5% para 2,5% (Haixin/VCG/Getty Images)

Navio no porto de Shangai: entre os produtos americanos beneficiados estão petróleo e soja, que tiveram o imposto extra reduzido de 5% para 2,5% (Haixin/VCG/Getty Images)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 6 de fevereiro de 2020 às 07h06.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2020 às 08h25.

São Paulo — As bolsas no Brasil e no mundo começam a quinta-feira com uma sucessão de notícias potencialmente positivas. A principal delas vem da Ásia, onde o governo chinês anunciou o corte de tarifas sobre cerca de 75 bilhões de dólares em importações de produtos americanos, a entrar em vigor no dia 14.

Este é o mesmo dia em que o governo americano deve reduzir em 50% impostos adicionais sobre 120 bilhões de dólares em importações chinesas.

A resposta chinesa é, portanto, mais um passo para eliminar todas as tarifas extras que o país anunciou nos últimos meses como parte de uma guerra comercial com o presidente americano Donald Trump.

Em comunicado, o governo chinês anunciou que novos avanços nas negociações com Washington podem levar à eliminação total das taxas adicionais. Entre os produtos beneficiados estão petróleo e soja, que tiveram o imposto extra reduzido de 5% para 2,5%.

A notícia fez as bolsas asiáticas fechar em forte alta nesta quinta-feira: Tóquio avançou 2,38%; Hong Kong, 2,64%; Xangai, 1,72%. Os índices futuros nos Estados Unidos também avançam, indicando uma abertura das negociações em alta hoje.

As bolsas americanas também podem se beneficiar do fim do processo de impeachment contra Trump, concluído ontem no senado, e coroando uma semana dourada para o presidente republicano — que inclui também uma confusão democrata na apuração dos votos em sua primeira prévia para a campanha presidencial, em Iowa.

Os sucessivos recordes nas bolsas americanas, impulsionados por cortes de impostos e de juros nos últimos anos, são costumeiramente lembrados por Trump como um mérito de seu governo. Desde 2017, quando ele chegou à Casa Branca, o índice S&P 500 subiu quase 50%.

Outra boa notícia para Trump é o anúncio de que o déficit comercial americano caiu pela primeira vez em seis anos, para 616,8 bilhões de dólares — embora ainda seja maior do que quando ele tomou posse.

No Brasil, uma nova redução da taxa básica de juros também tende a beneficiar a bolsa. O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) cortou ontem a Selic de 4,5% para 4,25%, estabelecendo uma nova mínima histórica. O Copom, porém, sinalizou o fim do ciclo de redução da taxa. A ver como os investidores reagirão. Ontem, o Ibovespa subiu 0,41%, no terceiro dia de alta, numa sinalização de que os temores pelo coronavírus ficaram para trás.

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