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Mantega: Real está protegido contra política dos EUA

A estratégia americana está desequilibrada devido à incompatibilidade de suas políticas monetária e fiscal, segundo o ministro de Dilma

“Gradualmente haverá uma entrada de dólares”, disse Mantega (Antonio Cruz/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2012 às 11h56.

Bogotá - O real está bem posicionado para resistir à última rodada de estímulo monetário dos Estados Unidos em função das linhas de defesa erquidas pelo governo brasileiro, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega .

A moeda brasileira não deve se valorizar como resposta ao terceiro alívio quantitativo do Federal Reserve assim como aconteceu nas duas primeiras rodadas em função da taxação das transações financeiras e da taxa Selic em sua mínima histórica, disse Mantega em entrevista em Tóquio, onde ele participa da reunião do Fundo Monetário Internacional.

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“Gradualmente haverá uma entrada de dólares”, disse Mantega. “Não acredito que vai entrar muito, porque a economia brasileira está protegida, defendida, com medidas de IOF etc.”

O real se desvalorizou 22 por cento desde o início dos cortes da taxa básica de juros pelo Banco Central em agosto de 2011. É a maior queda entre as 16 principais moedas acompanhadas pela Bloomberg. Analistas estão divididos, quase uniformemente, entre as possibilidades de o BC cortar hoje a Selic pela 10ª reunião seguida, para 7,25 por cento, ou deixá-la inalterada.

A estratégia americana está desequilibrada devido à incompatibilidade de suas políticas monetária e fiscal, disse Mantega.

“As políticas têm duas pernas”, disse ele. “A monetária é uma perna muito comprida e a fiscal é uma perna curta, então se imagina que ele anda cambaleando.”

Embora o real esteja defendido, o governo permanece preocupado com o déficit comercial com os EUA, que tradicionalmente é um superávit, disse Mantega. O Brasil não vai baixar a guarda do câmbio mesmo se a inflação acelerar, disse ele.

“O governo não utiliza o câmbio para administrar inflação”, disse Mantega. “Não vejo uma tendência altista de preços na economia brasileira para o próximo ano, mas se houver o Banco Central tomará as medidas adequadas.”

A fraca economia global deve exercer um impacto desinflacionário no Brasil no próximo ano, enquanto os cortes de impostos pelo governo também ajudarão a reduzir as altas de preços, disse Mantega.

A economia brasileira deve crescer cerca de 2 por cento este ano, e de 4 por cento a 4,5 por cento em 2013, disse Mantega.

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