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Madoff sempre na alta roda, detalha New York Magazine

A prisão do investidor é descrita como relativamente agradável, equipada, e ele tem seus admiradores

O investidor Bernard Madoff foi condenado a 150 anos de prisão por praticar a maior fraude da história de Wall Street (.)

O investidor Bernard Madoff foi condenado a 150 anos de prisão por praticar a maior fraude da história de Wall Street (.)

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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2010 às 21h15.

Nova York - O investidor Bernard Madoff, condenado a 150 anos de prisão por praticar a maior fraude da história de Wall Street, não tem compaixão por seus milhares de vítimas e é admirado pelos outros presos.

Na edição desta segunda-feira, o semanário New York Magazine incluiu uma reportagem de texto e foto, realizada na prisão de Butner, na Carolina do Norte, onde o fraudador de 72 anos cumpre pena há quase um ano.

"Que se danem as minhas vítimas", disse Madoff, citado no artigo por seus colegas de cadeia e alguns advogados que o visitaram.

"Eu os aguentei por 20 anos e além disso, agora, eu tenho que cumprir pena de 150 anos", disse, sem demonstrar arrependimento, segundo a fonte.

De acordo com o semanário, desde que chegou à penitenciária "como um presidente", cercado de um dispositivo de segurança especial e com helicópteros de meios de comunicação sobrevoando a área, o ex-magnata é admirado pelos outros presos.

Entre seus amigos estão peixes grandes como o chefão da máfia Carmine Persico, do clã dos Colombo, com quem Madoff simpatizou durante algum tempo, compartilhando inclusive a hora de lazer.

A prisão de Butner é descrita como relativamente agradável, equipada com sala de ginástica, biblioteca, mesas de bilhar, capela e quadra de vôlei. Lá há árvores, flores e gramado onde se pode tomar sol.

Neste mundo fechado, Madoff - que agora é o presidiário n° 61727-054 - tem seu próprio grupo de admiradores.

"Ele desfruta do fato de ser famoso", contou Nancy Fineman, advogada que se encontrou com ele pouco depois de chegar a Butner.

Os colegas de prisão admiram, sobretudo, sua "façanha": uma fraude de 65 bilhões de dólares aplicada em milhares de clientes ambiciosos e crédulos de seu "esquema Ponzi", que prometia ganhos espetaculares.

"Ele age como se tivesse ganhado o mundo", relatou um preso, "e passeia com confiança pela prisão", completou.

"Dentro da prisão, não é um câncer da sociedade, é um homem de sucesso, admirado por seus enormes feitos", continuou.

Obviamente, muitos acham que o ex-magnata tem um tesouro escondido em algum lugar do mundo.

"Onde você o escondeu?", disse ter perguntado K.C. White, um ladrão de bancos.

"Foi por água abaixo", respondeu Madoff, fazendo com a mão o gesto de algo que escorre pelos dedos.

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