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Libra gera temor sobre estabilidade do mercado cambial

A queda de 6,1% da libra em relação ao dólar ocorreu após pelo menos três declínios cambiais inexplicáveis nos últimos 14 meses

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	Libra: os bancos agora têm uma presença menor e muitos traders humanos foram substituídos por computadores
 (Foto/AFP)

Libra: os bancos agora têm uma presença menor e muitos traders humanos foram substituídos por computadores (Foto/AFP)

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Andrea Tan e John Detrixhe

Publicado em 7 de outubro de 2016 às, 19h11.

Cingapura - A repentina queda da libra, nesta sexta-feira, está gerando o temor de que a negociação tenha perdido estabilidade em um mercado cada vez mais complexo.

A queda de 6,1 por cento da libra em relação ao dólar ocorreu após pelo menos três declínios cambiais inexplicáveis nos últimos 14 meses.

Os bancos, que tradicionalmente funcionam como a espinha dorsal do mercado cambial, que movimenta US$ 5,1 trilhões por dia, agora têm uma presença menor e muitos traders humanos foram substituídos por computadores.

A queda fez com que todos, desde formadores de mercado até órgãos reguladores, buscassem uma explicação, questionando se as negociações algorítmicas, a reduzida formação de mercado pelos bancos e a proliferação das plataformas de negociação eram os culpados.

O declínio ocorreu no momento do dia em que os hubs de negociações de Cingapura, Tóquio e Hong Kong estavam assumindo o lugar de Nova York, o que sugere que a baixa liquidez, aliada a um elemento surpresa, pode ter ajudado a impulsionar o declínio.

A Thomson Reuters opera a plataforma dominante de compra e venda eletrônica em libras. A empresa informou hoje que seus sistemas estavam operando normalmente.

A volatilidade da libra fez os traders lembrarem de janeiro de 2015, quando uma decisão repentina do Banco Nacional Suíço fez o franco oscilar fortemente e alguns bancos importantes reabriram e alteraram transações.

Esses mesmos bancos vêm saindo da negociação cambial porque entraram em vigor novas regras que restringem sua capacidade de assumir riscos.

O papel menor deles diminuiu a liquidez no mercado, dizem os observadores, tornando-o mais vulnerável a quedas momentâneas.

“Ainda são os bancos que sustentam os preços e quando os 10 principais bancos não mostram os preços, bagunça tudo”, disse Jeffrey Halley, estrategista de mercado da Oanda Asia Pacific em Cingapura.

As vendas e a negociação cambial nos 12 maiores bancos encolheram 28 por cento em todo o mundo entre 2010 e 2015, segundo a Coalition Development, empresa de pesquisa com sede em Londres.

Sob a chamada Regra Volcker nos EUA, os bancos enfrentam restrição para negociarem por lucros com dinheiro próprio, enquanto na Europa o Basileia III os está forçando a manterem mais capital para reforçarem a estabilidade financeira.

Computadores entram

Com a saída dos bancos, os traders computadorizados entraram em cena, mais que triplicando seus volumes cambiais nos últimos três anos, para quase US$ 200 bilhões por dia, segundo a consultoria Aite Group, de Boston.

Alguns críticos dizem que essas empresas não são tão confiáveis quanto os formadores de mercado tradicionais.

Os formadores de mercados eletrônicos dizem que estavam a postos em momentos de grande necessidade.

Eles ressaltam sua disponibilidade em momentos como o rescaldo da decisão do Brexit no Reino Unido como um sinal de que é possível contar com eles quando for preciso.

“Isso está se transformando em uma dura realidade”, disse Kay Van-Petersen, estrategista macro global da Saxo Capital Markets em Cingapura.

“Muitos tomadores de risco que costumavam oferecer liquidez antes já não estão mais no mercado. Esse definitivamente é um dos principais problemas que afetam os mercados.”

Embora alguns clientes da Saxo tenham conseguido lucrar com apostas na queda da libra, Van-Petersen afirma que o número crescente de oscilações repentinas no mercado ainda deixa os traders inquietos.

“Estamos tendo todos os tipos de movimentos malucos, mais do que vínhamos tendo nos últimos tempos”, disse ele.

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