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Liberdade da herdeira da Huawei pode devolver otimismo aos mercados

Meng Wanzhou pagou fiança ao governo canadense e usará tornozeleira; desde sua prisão, há 12 dias, Dow Jones recuou 6%

Meng Wanzhou: executiva chinesa é libertada (Alexander Bibik/Reuters)

Janaína Ribeiro

Publicado em 12 de dezembro de 2018 às 07h01.

Última atualização em 12 de dezembro de 2018 às 08h58.

A quarta-feira tende a ser de alívio para os mercados globais após a libertação da chinesa Meng Wanzhou , herdeira do conglomerado de tecnologia Huawei, concedida na noite de ontem (horário de Brasília) por um juiz canadense.

Meng, detida no aeroporto de Vancouver no dia primeiro de dezembro a pedido dos Estados Unidos, terá de pagar fiança de cerca de 30 milhões de reais e ficará sob condicional em sua residência em Vancouver, com tornozeleira eletrônica.

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Os Estados Unidos, que pediam sua extradição, alegavam que a Huawei, segunda maior fabricante de celulares e uma das maiores fabricante de equipamentos para redes 5G do mundo, tinha mentido a bancos internacionais sobre seus negócios com o Irã, violando sanções impostas pelo país.

A prisão elevou a tensão entre Pequim e Washington e, na avaliação de analistas internacionais, deixou o mundo ainda mais perto de uma guerra comercial.

O governo chinês convocou os embaixadores americano e canadense para expressar seu protesto e para exigir a libertação da executiva.

Ontem, a China deteve um ex-diplomata canadense e, na segunda, proibiu a venda de modelos antigos de iPhone no país, dando ganho de causa à fabricante de chips Qualcomm num processo sobre patentes.

Apesar das tensões, China e Estados Unidos trataram de evitar que a trégua comercial de 90 dias combinada no dia da prisão de Meng fosse afetada.

Ontem, o presidente americano, Donald Trump, chegou a afirmar que poderia intervir na Justiça para evitar novos episódios que colocassem em risco as relações com a China, segundo a agência Reuters.

No mesmo dia, a China anunciou que reduzirá em 15% as tarifas sobre automóveis americanos. O país estuda ainda aumentar as compras de soja e de outros grãos, informa o jornal americano The Wall Street Journal.

Em uma teleconferência entre diplomatas dos dois países, os Estados Unidos pediram ainda mais garantias de proteção de propriedade intelectual e o fim da pressão para que empresas americanas compartilhem tecnologia com seus parceiros chineses.

Ontem, o Fundo Monetário Internacional estimou que, se todas as tarifas em ameaça forem colocadas em prática, o PIB global será impactado em até 0,75% até 2020.

O fundo prevê expansão global 3,7% para 2018 e 2019. Desde a prisão de Meng, o Dow Jones, um dos principais índices de ações americanos, recuou 6%.

Os avanços comerciais, e a libertação de Meng, podem devolver, nesta quarta-feira, um pouco do otimismo perdido.

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