Mercados

Letras financeiras podem crescer com juros menores

Crescimento dos títulos privados vai acontecer porque os públicos têm rentabilidade ligada com a Selic

O Banco Central vem promovendo cortes na Selic, afetando os títulos públicos (Divulgação/Banco Central)

O Banco Central vem promovendo cortes na Selic, afetando os títulos públicos (Divulgação/Banco Central)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2011 às 11h46.

São Paulo - O movimento de queda dos juros básicos da economia, a taxa Selic, deve contribuir para o crescimento do mercado de títulos privados. Isso porque, com os cortes dos juros básicos que vêm sendo feitos pelo Banco Central, o último nesta semana, os títulos públicos, que têm sua rentabilidade atrelada à Selic, passarão a oferecer um ganho menor ao investidor. A aposta é do gerente da área de renda fixa da BM&FBovespa, Danillo Pitarello. "Os investidores vão aceitar assumir um risco maior para ter uma melhor rentabilidade, gerando demanda por títulos de renda fixa e letras financeiras", diz Pitarello.

Na opinião de Pitarello, o cenário atual de juros em queda abre espaço para oportunidades nesse segmento. E ainda que a BM&FBovespa não tenha, até o momento, registrado nenhuma oferta pública de letras financeiras, também está de olho nesse mercado. "A bolsa está se preparando para a expansão deste mercado, investindo em novos serviços e uma nova plataforma de negociação e pós-negociação", disse Pitarello.

Porém, alguns desafios ainda barram o mercado de letras financeiras. Um deles, segundo o diretor da BM&FBovespa, é o investimento mínimo, hoje de R$ 300 mil, que impede o acesso dos investidores de varejo. "Há também um problema de saída desses papéis", disse. Isso porque os investidores compram o papel, mas a falta de um mercado secundário ativo dificulta sua negociação.

A proibição para letras financeiras subordinadas também é um entrave para que esse mercado deslanche. Hoje, os títulos mais procurados são as letras financeiras privadas de esforço restrito. Além de ter um custo menor do que a emissão pública, não há a necessidade de registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), justifica Pitarello. O executivo participou do 2º Seminário Letras Financeiras, que acontece hoje, em São Paulo, organizado pela Inova Seminários.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralEstatísticasIndicadores econômicosJurosMercado financeiroSelicTítulos públicos

Mais de Mercados

Eleição no Reino Unido não muda cenário para ativos e risco de crise é "muito alto", diz Gavekal

Americanas (AMER3): posição em aluguel na bolsa dobra no ano e representa mais de 30% do free float

Após eleições, Goldman Sachs eleva previsão de crescimento do Reino Unido

Ibovespa fecha em leve alta com payroll nos EUA; dólar cai a R$ 5,46

Mais na Exame