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Leilão de papéis de 2021 atraiu estrangeiros e nacionais

Brasília - O coordenador geral da Dívida Pública do Tesouro, Fernando Garrido, disse hoje à Agência Estado que a venda do mega lote de Notas do Tesouro Nacional da Série F (NTN-F), no dia 11 de fevereiro, ocorreu de forma bastante heterogênea. Segundo ele, não só os investidores estrangeiros foram uma parcela relevante dos compradores […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

Brasília - O coordenador geral da Dívida Pública do Tesouro, Fernando Garrido, disse hoje à Agência Estado que a venda do mega lote de Notas do Tesouro Nacional da Série F (NTN-F), no dia 11 de fevereiro, ocorreu de forma bastante heterogênea. Segundo ele, não só os investidores estrangeiros foram uma parcela relevante dos compradores destes papéis prefixados (com pagamento periódico de juros) com prazo de 10 anos, mas investidores institucionais locais como fundo de pensão, tesourarias de bancos e fundos de investimento tiveram também somas relevantes destes títulos.

Foram 1,5 milhão de títulos com vencimento em 2021, o maior lote vendido para papéis com prazo tão longo. Garrido avalia que a entrada no mercado de um novo título de prazo mais longo tende a atrair nova demanda de todas as classes de investidores. O papel prefixado de mais longo prazo do Tesouro era com vencimento em 2017.

"O leilão teve uma demanda bastante heterogênea não só em termos do perfil dos investidores, como no número de propostas submetidas ao Tesouro Nacional. A demanda foi muito grande e também o número de propostas aceitas, o que indica que houve uma dispersão muito grande na emissão desses títulos e isso é uma coisa positiva porque não houve concentração na mão de um ou de poucos investidores", afirmou Garrido.

Pós-fixados

Fernando Garrido afirmou que a participação de títulos atrelados à taxa Selic deve cair ao longo dos próximos meses, enquanto os papéis prefixados e atrelados a índices de preços vão ganhar espaço. Em janeiro, os papéis vinculados à Selic tiveram significativo aumento de participação na dívida pública, situando-se acima do teto definido no Plano Anual de Financiamento (PAF). O limite máximo para os pós-fixados é de 34% da Dívida Pública Federal (DPF). Em janeiro, representavam 35,48%. Já os prefixados têm como limite mínimo definido no PAF uma participação de 31% da DPF, mas fecharam janeiro em 27,51% do total.

"Acredito que, ao longo do ano, haverá uma reversão nesses indicadores, que vão ficar dentro das bandas definidas no PAF", disse Garrido. Ele negou que o Tesouro tenha, em janeiro, facilitado a vida dos investidores, privilegiando a participação de Selic na dívida, diante do cenário do mercado de que os juros básicos vão subir ao longo do ano.

Ele argumentou que a variação forte na dívida vinculada à Selic se deveu basicamente a um efeito estatístico, provocado pelo forte vencimento de dívida prefixada em janeiro. Além disso, justificou, as emissões de títulos prefixados e vinculados a índices preços no mês passado somadas foram mais que o dobro das vendas de pós-fixados.

No total, as vendas de títulos em janeiro somaram R$ 45,6 bilhões, sendo R$ 22,3 bilhões de prefixados, R$ 9,2 bilhões de índices de preços e R$ 14,1 bilhões de Selic. Apesar de ter representado menos da metade dos R$ 100 bilhões que venceram no mês passado, as emissões totais de janeiro superaram todas as feitas ao longo de 2009.

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