"A KPMG não se pronunciará sobre o referido tema”, mostra uma nota enviada hoje (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 29 de novembro de 2011 às 16h07.
São Paulo – A KPMG não irá se pronunciar sobre as dúvidas apresentadas pela casa de análise da Empiricus Research sobre o último balanço do frigorífico Marfrig (MRFG3), que foi auditado por ela. “Em respeito às normas de confidencialidade que regem tanto a profissão do auditor, quanto a relação contratual com seu cliente, a KPMG não se pronunciará sobre o referido tema”, mostra uma nota enviada hoje.
Uma carta aberta da publicada na segunda-feira aponta uma série de inconsistências contábeis na maneira com que a empresa tem lançado os efeitos da adoção do IFRS (International Financial Reporting Standard), que é a nova norma internacional de contabilidade.
Além disso, a consultoria ressalta que a soma das linhas que tipicamente redundam na dívida financeira não batem com os valores divulgados nas informações trimestrais , com “incômodas lacunas”. A diferença foi de 45 milhões de reais em 2009 e de 1,041 bilhão de reais em 2010
As ações do Marfrig dispararam 16,67% após a publicação do balanço do terceiro trimestre no dia 11 de novembro. Foi a ação que mais subiu na sessão que acompanhou o resultado entre as 63 do Ibovespa. A alta chega a 47% desde 10 de novembro. Os papéis caem 3,24% nesta sessão, cotados a 8,96 reais.
Resposta
O frigorífico Marfrig disse em uma nota ontem que cumpriu plenamente todas as normas do IRFS e que os questionamentos e considerações da Empiricus carecem de fundamento. “A Empresa entende que cumpriu plenamente todas as normas do IRFS e que os questionamentos e considerações do blog Empiricus carecem de fundamento”.
Em resposta, a Empiricus Research disse que a declaração do Marfrig é genérica e parcial e levantou mais um questionamento:
“Por fim, gostaríamos de esclarecer: sabemos que, em 30 de setembro de 2011, a Marfrig finalizou acordo com o Grupo OSI para pagamento contingente de US$ 96 milhões e reverteu o saldo de US$ 124 milhões numa linha de outras receitas/despesas operacionais, que registrou o valor de R$ 205,6 milhões. Apenas discordamos que esse montante seja digno de compor 32% de um ebitda de R$ 637,5 milhões no trimestre”, diz um novo post publicado no blog da consultoria.