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Juros longos caem com expectativa de apoio de Dilma a Levy

O movimento foi reforçado pelos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)

Dilma e Levy: notícia de que Dilma se reunirá com ministros chegou ao mercado pouco antes dos números do Caged (Roberto Stuckert Filho/PR/Fotos Públicas)
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Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2015 às 16h31.

São Paulo - A expectativa de que a presidente Dilma Rousseff deixe claro, na reunião ministerial da próxima terça-feira, 27, o apoio às medidas mais recentes tomadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, definiu nesta sexta-feira, 23, a queda consistente das taxas dos contratos futuros de juros com prazos mais longos.

O movimento foi reforçado pelos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostraram que 2014 teve a menor geração de vagas desde 2002.

Os juros curtos, no entanto, ainda ficaram mais próximos da estabilidade, com leve viés de alta, em função do avanço do dólar ante o real e do IPCA-15 de janeiro pressionado.

No fim da sessão regular, o juro do DI para abril de 2015 estava em 12,26%, de 12,239% ontem.

A taxa do contrato futuro de juros para janeiro de 2016 marcava em 12,68%, igual ao ajuste de ontem.

A taxa do DI para janeiro de 2017 estava em 12,34%, ante 12,39% do ajuste anterior.

Na ponta longa, o contrato para janeiro de 2021 tinha taxa de 11,64%, ante 11,82%.

No mercado de câmbio, o dólar à vista de balcão fechou em alta de 0,23%, aos R$ 2,5820.

A moeda para fevereiro, que encerra apenas às 18 horas, avançava 0,33%, aos R$ 2,5890.

Pela manhã, o viés principal na curva a termo era de alta, com investidores realizando um pouco dos lucros após os recuos recentes e em função do forte avanço do dólar ante o real.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) também ajudou no movimento, ao acelerar de 0,79% em dezembro para 0,89% em janeiro, conforme os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou em linha com a mediana estimada pelos analistas, conforme o AE Projeções, mas mostrou que a inflação segue pressionada.

No acumulado de 12 meses pelo IPCA-15, ela está em 6,69% (acima do teto de 6,5% do teto da meta do governo).

À tarde, o cenário altista para as taxas mudou.

Conforme nota divulgada pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, na primeira reunião ministerial do segundo mandato, na próxima terça-feira, a presidente Dilma Rousseff vai defender o ajuste fiscal e o corte no orçamento dos ministérios, cobrando eficiência, produtividade e colaboração de todos neste momento, considerado difícil, da economia.

Para o mercado, se Dilma deixar claro no encontro com ministros que apoia todas as ações tomadas recentemente por Joaquim Levy, ela dará uma sinalização positiva aos investidores, ainda receosos de sua postura ante a nova equipe econômica.

"No mercado, existe a ideia de que Dilma pode não estar tão de acordo com as ações de Levy. E Dilma sumiu, parou de falar. Se ela de fato deixar claro, na próxima semana, que está de acordo com Levy, isso será um alívio", comentou Rogério Braga, diretor de gestão de renda fixa e multimercados da Quantitas Asset.

A notícia de que Dilma se reunirá com os ministros chegou ao mercado pouco antes da divulgação dos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Os números, considerados ruins, reforçaram o viés de baixa para as taxas longas trazido pelos comentários sobre o "apoio formal" de Dilma a Levy.

Os números do MTE mostraram que em dezembro foram fechadas 555.508 vagas de emprego, considerando o saldo líquido, em um resultado pior que as previsões de entre 460 mil e 530 mil vagas encerradas.

No acumulado de 2014, foram criados 396.993 empregos formais, mas o resultado é o pior desde o início da série histórica do MTE, em 2002.

Indicações sobre a fraqueza do setor de emprego, como de costume, passam a ideia de que o Banco Central pode não ter espaço para elevar tanto os juros.

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São Paulo - A expectativa de que a presidente Dilma Rousseff deixe claro, na reunião ministerial da próxima terça-feira, 27, o apoio às medidas mais recentes tomadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, definiu nesta sexta-feira, 23, a queda consistente das taxas dos contratos futuros de juros com prazos mais longos.

O movimento foi reforçado pelos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostraram que 2014 teve a menor geração de vagas desde 2002.

Os juros curtos, no entanto, ainda ficaram mais próximos da estabilidade, com leve viés de alta, em função do avanço do dólar ante o real e do IPCA-15 de janeiro pressionado.

No fim da sessão regular, o juro do DI para abril de 2015 estava em 12,26%, de 12,239% ontem.

A taxa do contrato futuro de juros para janeiro de 2016 marcava em 12,68%, igual ao ajuste de ontem.

A taxa do DI para janeiro de 2017 estava em 12,34%, ante 12,39% do ajuste anterior.

Na ponta longa, o contrato para janeiro de 2021 tinha taxa de 11,64%, ante 11,82%.

No mercado de câmbio, o dólar à vista de balcão fechou em alta de 0,23%, aos R$ 2,5820.

A moeda para fevereiro, que encerra apenas às 18 horas, avançava 0,33%, aos R$ 2,5890.

Pela manhã, o viés principal na curva a termo era de alta, com investidores realizando um pouco dos lucros após os recuos recentes e em função do forte avanço do dólar ante o real.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) também ajudou no movimento, ao acelerar de 0,79% em dezembro para 0,89% em janeiro, conforme os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou em linha com a mediana estimada pelos analistas, conforme o AE Projeções, mas mostrou que a inflação segue pressionada.

No acumulado de 12 meses pelo IPCA-15, ela está em 6,69% (acima do teto de 6,5% do teto da meta do governo).

À tarde, o cenário altista para as taxas mudou.

Conforme nota divulgada pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, na primeira reunião ministerial do segundo mandato, na próxima terça-feira, a presidente Dilma Rousseff vai defender o ajuste fiscal e o corte no orçamento dos ministérios, cobrando eficiência, produtividade e colaboração de todos neste momento, considerado difícil, da economia.

Para o mercado, se Dilma deixar claro no encontro com ministros que apoia todas as ações tomadas recentemente por Joaquim Levy, ela dará uma sinalização positiva aos investidores, ainda receosos de sua postura ante a nova equipe econômica.

"No mercado, existe a ideia de que Dilma pode não estar tão de acordo com as ações de Levy. E Dilma sumiu, parou de falar. Se ela de fato deixar claro, na próxima semana, que está de acordo com Levy, isso será um alívio", comentou Rogério Braga, diretor de gestão de renda fixa e multimercados da Quantitas Asset.

A notícia de que Dilma se reunirá com os ministros chegou ao mercado pouco antes da divulgação dos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Os números, considerados ruins, reforçaram o viés de baixa para as taxas longas trazido pelos comentários sobre o "apoio formal" de Dilma a Levy.

Os números do MTE mostraram que em dezembro foram fechadas 555.508 vagas de emprego, considerando o saldo líquido, em um resultado pior que as previsões de entre 460 mil e 530 mil vagas encerradas.

No acumulado de 2014, foram criados 396.993 empregos formais, mas o resultado é o pior desde o início da série histórica do MTE, em 2002.

Indicações sobre a fraqueza do setor de emprego, como de costume, passam a ideia de que o Banco Central pode não ter espaço para elevar tanto os juros.

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