Mercados

Juros iniciam maio em alta refletindo temor com inflação

Focus não trouxe novidades relevantes a definir a trajetória das taxas, e também não houve nada no noticiário que justificasse um alívio nos DIs

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

São Paulo - O mercado de juros começou o mês de maio sustentando os prêmios incorporados à curva, com os contratos de curtíssimo prazo tendo encerrado a negociação normal da BM&F estáveis, enquanto os longos avançaram. Se a pesquisa Focus não trouxe novidades relevantes a definir a trajetória das taxas, também não houve nada no noticiário que justificasse um alívio nos DIs. Ao contrário, fontes nas mesas de operação afirmam que as coletas de preços diárias, divulgada a clientes pela FGV, vêm piorando há uma semana, o que só acentua as preocupações com a inflação e a política monetária. Adicionalmente, a expectativa em relação aos dados da produção industrial de março, que o IBGE informa amanhã, também embute cautela no mercado.

Ao término da negociação normal da BM&F, o DI julho de 2010 (64.695 contratos) projetava 9,68%, estável; o DI janeiro de 2011 (281.950 contratos) subia a 11,20%, de 11,12% na sexta-feira; e o DI janeiro de 2012 (148.165 contratos) estava na máxima de 12,46%, ante 12,31% no ajuste anterior. O DI janeiro de 2014, de 12,54% na sexta-feira.

Segundo os profissionais da área de renda fixa, o monitor da FGV continua mostrando avanço dos preços, o que reforça a percepção de que o Banco Central pode ser obrigado a pesar mesmo a mão no ajuste da Selic. "As coletas estão vindo muito fortes. Não tem por que vender DI", diz um operador, segundo o qual os investidores estrangeiros estiveram presentes hoje na ponta compradora.

Amanhã, o IBGE informa os dados da produção industrial de março e a expectativa é de que os números continuem mostrando expansão. Segundo apurou o AE Projeções, a principal preocupação é saber se a indústria terá condições de acompanhar o forte consumo da população que vem sendo mostrado nas pesquisas do comércio varejista. Em fevereiro, a produção industrial apresentou crescimentos de 1,50% na margem e de 18,40% na comparação interanual.

Pela manhã, foi divulgada a pesquisa Focus, mas sem mudanças significativas. As expectativas de IPCA pouco variaram. A mediana para 2010 subiu de 5,41% para 5,42%, a 15ª elevação consecutiva. Para o mês de abril, a mediana avançou de 0,49% para 0,50%. O IBGE informa o IPCA de abril na sexta-feira. Para 2011, não houve alteração na mediana, que continuou em 4,80%. No tocante à Selic, as medianas para 2010 e 2011 também permaneceram no mesmo patamar, em 11,75% e 11,25%, respectivamente.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Mercados

Otimismo das ações na China esfria com quebra de expectativa sobre novos estímulos

Escalada de conflito no Oriente Médio faz petróleo Brent ultrapassar US$ 80

Azul firma acordos de R$ 3 bi com arrendadores de aeronaves e fabricantes de equipamentos

Petrobras bate recordes de produção em refinarias no terceiro trimestre de 2024