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Juros futuros sobem com relatório de inflação

Um fator que influenciou de maneira pontual mercado de juros nesta sexta foi o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de novembro


	Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para abril de 2014 (68.665 contratos) estava em 10,13%
 (BM&FBovespa/Divulgação)

Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para abril de 2014 (68.665 contratos) estava em 10,13% (BM&FBovespa/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2013 às 16h08.

São Paulo - Os contratos de juros futuros fecharam esta sexta-feira, 20, em alta, com os vencimentos mais longos tendo avanços mais consistentes que o dos curtos, em meio à avaliação do mercado de que o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central trouxe uma leitura demasiadamente otimista em relação à economia brasileira.

Os DIs também reagiram à alta do dólar, que vem sendo impulsionada, entre outras coisas, pela saída de recursos do País.

O RTI reforçou pontos que vinham sendo defendidos pelo BC, como a necessidade de se manter "especialmente vigilante" com a inflação e que a transmissão dos efeitos das ações de política monetária ocorre com "defasagens".

Mas as previsões de inflação feitas pela autoridade monetária, aliadas à surpresa negativa com a prévia do IPCA de dezembro, anunciada ontem, levaram os investidores a uma correção importante nas taxas do DI. "A inflação está se acomodando em patamares perigosos", disse um operador de juros.

De fato, as projeções de inflação mostram resistência dos preços. A estimativa de IPCA permaneceu em 5,8% para final de 2013, no cenário de referência e de mercado, sem recuo em relação ao patamar de 2012. O BC voltou a falar em volatilidade no câmbio, além de acrescentar que vê uma tendência de apreciação do dólar.

"O Copom avalia que a depreciação e a volatilidade da taxa de câmbio verificadas nos últimos trimestres ensejam um natural e esperado processo de correção de preços relativos, ou seja, de preços domésticos em relação a preços praticados no resto do mundo."

Outro fator que influenciou - de maneira pontual - o mercado de juros nesta sexta-feira foi o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de novembro.


O saldo líquido de empregos formais gerados em novembro foi de 47.486 vagas, resultado de 1.618.426 admissões e de 1.570.940 demissões.

O número ficou dentro do intervalo das previsões obtidas pelo AE Projeções, mas abaixo da mediana, de 51.500 postos. A geração de empregos em novembro foi 37,65% menor do que em novembro do ano passado, quando ficou em 76.157 pela série ajustada

Nesse cenário, ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para abril de 2014 (68.665 contratos) estava em 10,13%, de 10,10% ajuste anterior.

O juro para janeiro de 2015 (474.685 contratos) indicava 10,63%, de 10,54% no ajuste de quinta-feira. Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2017 (156.035 contratos) apontava 12,35%, ante 12,15% na véspera. A taxa do DI para janeiro de 2021 (8.440 contratos) marcava 13,01%, de 12,85% no ajuste anterior.

O dólar à vista no balcão fechou em R$ 2,3810, alta de 1,32%. A divisa dos EUA foi impulsionada pela revisão do PIB do país no terceiro trimestre.

A economia norte-americana cresceu à taxa anualizada de 4,1%, segundo a terceira e última leitura, acima dos 3,6% na estimativa anterior e também das estimativas dos analistas, de 3,6%.

Trata-se do maior ganho desde o quarto trimestre de 2011 e sugere que o Federal Reserve acertou ao reduzir suas ações de estímulo esta semana.

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