Analistas acreditam que o corte no orçamento mostra a preocupação do governo com a taxa de juros (Divulgação/Banco Central)
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2011 às 12h40.
São Paulo - Os juros nos mercados futuros operam em alta na maioria dos contratos em relação ao fechamento de ontem com dúvidas iniciais sobre a concretização do ajuste fiscal contrabalançando o efeito do corte do orçamento do governo.
O taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro de janeiro de 2013 subia 3 pontos-base, para 12,70 por cento, às 9h58, enquanto a taxa de janeiro de 2012 recuava 2 pontos, para 12,29 por cento.
“Resta saber como vão ser feitos os cortes”, disse Mariano Cirello, diretor de investimento da Mapfre DTVM SA, em entrevista por telefone de São Paulo. Para Cirello, a sinalização dada com o anúncio do corte foi positiva, ao indicar que não apenas o Banco Central, mas todo o governo, está se envolvendo no combate à inflação. “Mostra que o governo está preocupado com o patamar dos juros”.
O governo vai cortar R$ 50 bilhões do orçamento de 2011 na tentativa de ajudar a frear a inflação, disse ontem à tarde o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Os cortes vão retirar todos os estímulos fiscais lançados pelo governo em 2009 e 2010 para enfrentar a crise financeira mundial, disse Mantega.
Divulgado hoje cedo, o Índice Geral de Preços - Mercado se acelerou menos do que o esperado na primeira prévia de fevereiro, subindo 0,66 por cento, ante estimativa mediana de 0,78 por cento. Às 11h, a Confederação Nacional da Indústria divulga o índice de utilização da capacidade instalada em dezembro.
Crédito
O BC apresenta hoje o Boletim Regional sobre a economia das regiões do País e também informações atualizadas sobre as operações de crédito em nível nacional, segundo o website da instituição. O diretor de Política Econômica Carlos Hamilton Araújo dará entrevista após a apresentação do boletim.
Os juros futuros caíram ontem nos contratos a partir de 2013 enquanto os investidores aguardavam um corte de gastos públicos que pudesse ajudar o BC na tarefa de conter a inflação.