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Juros futuros caem após relatório do BC e emprego

A autoridade monetária atualizou, como esperado, as projeções de inflação para 2013 e 2014, com piora


	Às 9h50, na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2013 projetava taxa de 7,12%, na mínima
 (Getty Images)

Às 9h50, na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2013 projetava taxa de 7,12%, na mínima (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2013 às 10h58.

São Paulo - O mercado futuro de juros caía na abertura dos negócios desta quinta-feira, em reação à divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) pelo Banco Central (BC).

A autoridade monetária atualizou, como esperado, as projeções de inflação para 2013 e 2014, com piora. Mas isso representa, segundo as primeiras avaliações de economistas, redução da discrepância entre projeções do mercado e do BC.

O relatório também reforçou a cautela na administração da política monetária e a atribuiu a incertezas externas e internas, deixando em aberto um ajuste da taxa básica referencial, a Selic.

"Em linhas gerais, na avaliação do cenário macroeconômico, o relatório é muito parecido com os últimos documentos do BC, incluindo a última ata do Copom", disse o economista-sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano.

"O cenário externo é ponto importante de contenção da demanda, conforme o documento, e o BC diz que qualquer mudança na política monetária tem que ser feita com cautela, até porque há incerteza se esse movimento de piora inflacionária é consistente ou apenas temporário."

Paulo Petrassi, gerente de renda fixa da Leme Investimentos, concordou com a ideia. "Foi um relatório que não trouxe novidade em relação ao cenário anterior.

Dentro do esperado, com piora da inflação, mas se alinhando e com um discurso muito parecido com o da ata: inflação resiste, mas tem cenário externo e vamos com cautela."


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2013 no cenário de referência subiu de 4,8% para 5,7%. Para 2014, avançou de 4,9% para 5,3%. O IPCA em 2013 no cenário de mercado subiu de 4,9% para 5,8% e, em 2014, de 4,8% para 5,1%.

O IPCA em 12 meses até o 1º trimestre de 2013 avançou de 5,7% para 6,5% no cenário de referência e, até o segundo semestre, de 5,5% para 6,7%. No cenário de mercado, passou de 5,7% para 6,5% até o primeiro trimestre e de 5,6% para 6,7% até o segundo. Vale mencionar que o BC, contudo, acrescentou a palavra "levemente" ao se referir ao cenário "desinflacionário" no curto prazo.

Às 9h50, na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2013 projetava taxa de 7,12%, na mínima, de 7,13% no ajuste da véspera.

O DI para janeiro de 2014 marcava 7,73%, mínima, de 7,74% no ajuste anterior. O contrato com vencimento em janeiro de 2015 marcava 8,43%, ante 8,45%, e o contrato para janeiro de 2017, 9,28%, igual ao ajuste de quarta-feira.

Na abertura dos negócios, os investidores também receberam a informação de que a taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em 5,6% em fevereiro, de 5,4% em janeiro.

O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções (de 5,5% a 5,8%) e praticamente em linha com a mediana de 5,7%.

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