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Juros disparam com eleição, BC e aversão externa

No fim da sessão regular, o DI para janeiro de 2015 (247.885 contratos negociados) ficou com taxa de 10,97%, ante 10,88% do ajuste de sexta-feira


	Bovespa: à tarde, ordens de stop loss foram disparadas no mercado de renda fixa
 (Yasuyoshi/AFP Photo)

Bovespa: à tarde, ordens de stop loss foram disparadas no mercado de renda fixa (Yasuyoshi/AFP Photo)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2014 às 17h20.

São Paulo - As taxas dos contratos futuros de juros encontraram nesta segunda-feira, 29, uma série de motivos para avançar.

Após a pesquisa Datafolha de sexta-feira mostrar fortalecimento de Dilma Rousseff (PT) ante Marina Silva (PSB) na corrida para a Presidência da República, com chances maiores de vitória da petista ainda no primeiro turno, as taxas já começaram a sessão com forte viés de alta.

À tarde, ordens de stop loss (parada de perdas) também foram disparadas no mercado de renda fixa, o que amplificou o avanço.

Ao mesmo tempo, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton, afirmou que "se for necessário e o cenário para a inflação se justificar, certamente o Copom vai nessa direção (alta de juros)".

Para completar o quadro, também havia uma aversão ao risco no exterior, que influenciou os DIs.

No fim da sessão regular, o DI para janeiro de 2015 (247.885 contratos negociados) ficou com taxa de 10,97%, ante 10,88% do ajuste de sexta-feira.

O DI janeiro de 2016, com 289.710 contratos, terminou com 12,02%, de 11,68% do ajuste. C

om 396.860 contratos, o DI janeiro de 2017 ficou em 12,35%, de 11,88% no ajuste anterior. E o DI janeiro de 2021 (240.130 contratos) marcou 12,38%, ante 11,77% no ajuste.

No caso do Datafolha, a pesquisa mostrou que Dilma abriu 13 pontos em relação a Marina Silva no primeiro turno, elevando as chances de definição da disputa sem a necessidade de um segundo turno.

Já a Veja trouxe nova reportagem sobre o suposto escândalo na Petrobras. Só que o maior peso foi dado hoje para a pesquisa eleitoral e as taxas de juros subiram.

Pela manhã, no Relatório Trimestral de Inflação, o BC reduziu as projeções para o IPCA em 2014, nos cenários de referência e de mercado, e elevou as estimativas em 2015 até o terceiro trimestre de 2016.

O documento foi considerado defasado por trabalhar com um câmbio em R$ 2,25, devido à data de corte de 5 de setembro.

Pelo novo relatório do BC, a inflação só entrará em trajetória de convergência para o centro da meta a partir do segundo trimestre de 2016.

Com base nos cenários de referência e de mercado, o IPCA começa a cair de forma mais consistente a partir do primeiro trimestre de 2016.

Apesar da desaceleração, o BC não mostra ainda - no horizonte relevante de política monetária que leva 24 meses - a inflação próxima do centro da meta de 4,5%.

A última vez que o IPCA ficou nesse patamar foi em 2009, quando o IPCA fechou o ano em 4,31%.

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