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Juros curtos ficam estáveis e longos sobem por dólar

O movimento teve influência de uma série de fatores, mas o principal a conduzir a alta do trecho longo da curva de juros foi o novo avanço do dólar


	Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para janeiro de 2014 (105.370 contratos) marcava 9,31%
 (Alexandre Battibugli/EXAME)

Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para janeiro de 2014 (105.370 contratos) marcava 9,31% (Alexandre Battibugli/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2013 às 17h11.

São Paulo - As taxas futuras de juros terminaram a sexta-feira, 27, com ligeira alta nos vencimentos mais longos e praticamente estáveis nos prazos mais curtos.

O movimento teve influência de uma série de fatores, mas o principal a conduzir a alta do trecho longo da curva de juros foi o novo avanço do dólar. Além disso, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) um pouco acima da mediana das estimativas, os receios quanto à mudança de metodologia do cálculo da taxa CDI e a expectativa pelo Relatório Trimestral de Inflação permearam os negócios.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para janeiro de 2014 (105.370 contratos) marcava 9,31%, de 9,30% no ajuste anterior.

O vencimento para janeiro de 2015 (238.115 contratos) indicava taxa de 10,14%, ante 10,15% na véspera. Na ponta mais longa, o contrato para janeiro de 2017 (155.405 contratos) apontava 11,41%, de 11,38% na véspera. A taxa do DI para janeiro de 2021 (apenas 1.930 contratos) estava em 11,84%, ante 11,81% no ajuste anterior.

"O dólar pressionou os DIs pela manhã. Depois, perdeu um pouco de fôlego e as taxas passaram a andar em linha com os juros dos Treasuries, que caíram. Mas, durante a tarde, o dólar voltou a subir e os juros longos acompanharam", resumiu o economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano. "Há ainda a expectativa pelo Relatório de Inflação, na segunda-feira, o que pode estar travando um pouco os negócios", completou.

O dólar subiu 0,58% no mercado à vista de balcão e encerrou cotado a R$ 2,2590. A moeda dos EUA ante o real teve influência da aversão ao risco externa, que a fez subir ante outras divisas correlacionadas a commodities, e também da disputa pela formação da taxa Ptax de setembro, que liquida os contratos de derivativos cambiais de outubro.

Mais cedo, a Cetip divulgou um comunicado informando que vai implementar a segunda etapa de aprimoramentos na metodologia da taxa DI a partir do próximo dia 7. Na véspera, a taxa de juros para janeiro de 2014 reagiu em alta ao avanço "anormal" da taxa CDI entre terça e quarta-feira, de 8,70% para 8,81%. "Acho que o mercado não se ajustou porque ninguém sabe ao certo qual será o efeito da mudança a ser implementada pela Cetip", disse um operador.

A inflação pelo IGP-M ficou em 1,50% em setembro - maior taxa desde julho de 2008 -, acima da mediana das estimativas dos analistas, de 1,45%, e superior a 0,15% em agosto. Os preços ao consumidor aceleraram para 0,27% e os dos produtos agropecuários saíram de deflação para inflação de 2,97%.

À tarde, o Tesouro Nacional informou que as contas do governo central apresentaram em agosto um superávit primário de apenas R$ 87 milhões, o pior resultado da série para meses de agosto.

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