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Juros caem com expectativa de queda da Selic

Mercado se surpreendeu com comunicado que diz diretores decidiram pela manutenção da Selic em 11% "neste momento", que poderia significar cortes futuros


	Bovespa: Índice de Atividade do BC caiu 0,18%, sugerindo que PIB do segundo tri pode ser negativo
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Bovespa: Índice de Atividade do BC caiu 0,18%, sugerindo que PIB do segundo tri pode ser negativo (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2014 às 18h05.

São Paulo - Os juros futuros operaram em queda durante toda a sessão desta quinta-feira, 17, diante de vários fatores que levaram o mercado a começar a apostar mais firmemente que o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá reduzir a taxa Selic ainda este ano.

No fechamento da sessão regular, o DI outubro de 2014 recuou a 10,767%, de 10,779% no ajuste de ontem, e o DI para janeiro de 2015 terminou em 10,71%, de 10,76% no ajuste.

No trecho intermediário e longo, o DI para janeiro de 2016 projetava taxa de 10,95%, de 11,05% no ajuste anterior, e o DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 11,29%, de 11,36% após ajuste. O DI janeiro de 2021 fechou em 11,79%, de 11,78% ontem.

O mercado já começou o dia sob a percepção de que um ciclo de distensão monetária pode estar a caminho, ao reagir ao comunicado que acompanhou a decisão do Copom, ontem.

Como amplamente esperado, a Selic foi mantida em 11%, mas o que surpreendeu foi o fato de os diretores, assim como no comunicado de maio, afirmarem que decidiram pela manutenção da taxa "neste momento". Isso, na leitura dos investidores, deixou a porta aberta para um eventual corte da Selic, até mesmo em setembro.

Ainda pela manhã, outro fator para o fechamento das taxas veio com o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) de maio, que caiu 0,18%, sugerindo que o PIB do segundo trimestre poderá ser negativo, uma vez que a previsão para junho é de um número ainda pior.

Também foi divulgado hoje o Indicador Antecedente Composto da Economia (IACE) para o Brasil, que caiu 0,2% em junho, conforme apontou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) e o Conference Board.

À tarde, as taxas encontraram espaço para cair mais e renovar as mínimas, em alguns contratos, após o dado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de junho.

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em junho houve geração líquida de 25.363 postos de trabalho, o pior resultado para o mês desde 1998. O número ficou muito abaixo do piso das estimativas coletadas pelo AE Projeções, que iam de 40 mil a 110 mil, com mediana de 82 mil.

Após o saldo de junho, o governo reviu para baixo a criação de vagas no mercado de trabalho para 1 milhão de empregos este ano, contra 1,4 milhão a 1,5 milhão anteriormente.

Segundo operadores, a curva a termo apontava, no meio da tarde, chance de 30% de uma redução da Selic a partir do DI outubro de 2014.

Nos contratos mais longos, pesou ainda o forte recuo dos juros dos Treasuries. Às 16h17, a taxa da T-Note de dez anos estava na mínima do dia, em 2,463%, de 2,535% no final da tarde de ontem.

O comportamento reflete a aversão ao risco generalizada nos ativos mundo afora, disparada primeiramente pela imposição das sanções impostas à Rússia pelos Estados Unidos e pela União Europeia e agravada após a notícia da queda de um avião da Malaysia Airlines na Ucrânia, nesta quinta-feira.

Há suspeitas de que a aeronave tenha sido abatida por grupos separatistas pró-Rússia. Para piorar, no final da tarde, chegou a informação de que Israel iniciou uma invasão por terra à Faixa de Gaza.

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