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Juros caem com expectativa de mudança na poupança

Governo Dilma pode anunciar a qualquer momento mudanças na remuneração da caderneta de poupança

A pressão do governo sobre os juros, intensificada em discurso feito pela presidente Dilma Rousseff, elevou as apostas de que a Selic, atualmente em 9% ao ano, cairá ainda mais em 2012 (©AFP / Brendan Smialowski)
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Da Redação

Publicado em 2 de maio de 2012 às 17h33.

São Paulo - A expectativa de que o governo anuncie a qualquer momento mudanças na remuneração da caderneta de poupança fizeram as taxas dos contratos futuros de juros desabarem em toda a curva a termo nesta quarta-feira. A pressão do governo sobre os juros, intensificada em discurso feito pela presidente Dilma Rousseff na segunda-feira, elevou as apostas de que a Selic, atualmente em 9,00% ao ano, cairá ainda mais em 2012 - a despeito dos temores do mercado com a inflação projetada para o ano que vem. A queda das taxas dos DIs hoje revelam certa unanimidade entre os operadores de que a Selic deve recuar 0,50 ponto porcentual na próxima reunião do Copom, no fim de maio. Além disso, a curva já indica a possibilidade, ainda que pequena, de uma redução adicional de 0,25 ponto no encontro seguinte.

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa do contrato futuro de DI com vencimento em janeiro de 2013 (372.925 contratos) marcava 8,15%, de 8,29% no ajuste de segunda-feira. Já o DI para janeiro de 2014 (559.455 contratos) tinha taxa de 8,54%, na mínima, de 8,76% do ajuste anterior. Na ponta mais longa, a taxa do contrato futuro de juros para janeiro de 2017 (61.900 contratos) estava em 9,87%, na mínima, ante 10,06% do ajuste. Já o DI para janeiro de 2021 (5.475 contratos) marcava 10,45%, também na mínima do dia, ante ajuste de 10,64%.

Na noite de segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff atacou, em rede nacional, os juros cobrados no Brasil. "É inadmissível que o Brasil, que tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos, continue com os juros mais altos do mundo", afirmou, durante pronunciamento em comemoração ao Dia do Trabalho. "A Caixa e o Banco do Brasil escolheram o caminho do bom exemplo e da saudável concorrência de mercado, provando que é possível baixar os juros cobrados dos seus clientes em empréstimos, cartões, cheque especial, inclusive no crédito consignado", acrescentou.

A fala de Dilma contra os juros somou-se às articulações em Brasília para mudanças na caderneta de poupança. Um encontro do Conselho Político, que estava marcado para esta quarta-feira, foi adiado para quinta, em meio a especulações de que o governo pode aproveitar a ocasião para expor o que pretende fazer na poupança. Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reuniu-se com Dilma, por volta das 11 horas, e o encontro se prolongou pela tarde, até as 16h30, sem desdobramentos conhecidos.

Neste cenário, as taxas dos DIs recuaram ao longo de toda a sessão. "Está todo mundo esperando a mudança na poupança, porque isso é um fator determinante na dinâmica dos juros. E sabe-se que existe uma disposição muito grande do governo Dilma de baixar os juros", afirmou Flávio Serrano, economista-sênior do Besi Brasil. "Nós achamos que a Selic fecha 2012 em 8,5%, mas se o governo mexer na poupança, a taxa básica pode chegar a 8%."

Pela manhã, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) em abril foi de 0,52%, ante a taxa de 0,60% de março. Além disso, a FGV projetou um IPC-S de 0,30% em maio, indicando a continuidade da desaceleração. Apesar disso, o mercado segue preocupado com a inflação projetada para 2013 - ainda mais em um cenário de Selic menor.

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Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa do contrato futuro de DI com vencimento em janeiro de 2013 (372.925 contratos) marcava 8,15%, de 8,29% no ajuste de segunda-feira. Já o DI para janeiro de 2014 (559.455 contratos) tinha taxa de 8,54%, na mínima, de 8,76% do ajuste anterior. Na ponta mais longa, a taxa do contrato futuro de juros para janeiro de 2017 (61.900 contratos) estava em 9,87%, na mínima, ante 10,06% do ajuste. Já o DI para janeiro de 2021 (5.475 contratos) marcava 10,45%, também na mínima do dia, ante ajuste de 10,64%.

Na noite de segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff atacou, em rede nacional, os juros cobrados no Brasil. "É inadmissível que o Brasil, que tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos, continue com os juros mais altos do mundo", afirmou, durante pronunciamento em comemoração ao Dia do Trabalho. "A Caixa e o Banco do Brasil escolheram o caminho do bom exemplo e da saudável concorrência de mercado, provando que é possível baixar os juros cobrados dos seus clientes em empréstimos, cartões, cheque especial, inclusive no crédito consignado", acrescentou.

A fala de Dilma contra os juros somou-se às articulações em Brasília para mudanças na caderneta de poupança. Um encontro do Conselho Político, que estava marcado para esta quarta-feira, foi adiado para quinta, em meio a especulações de que o governo pode aproveitar a ocasião para expor o que pretende fazer na poupança. Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reuniu-se com Dilma, por volta das 11 horas, e o encontro se prolongou pela tarde, até as 16h30, sem desdobramentos conhecidos.

Neste cenário, as taxas dos DIs recuaram ao longo de toda a sessão. "Está todo mundo esperando a mudança na poupança, porque isso é um fator determinante na dinâmica dos juros. E sabe-se que existe uma disposição muito grande do governo Dilma de baixar os juros", afirmou Flávio Serrano, economista-sênior do Besi Brasil. "Nós achamos que a Selic fecha 2012 em 8,5%, mas se o governo mexer na poupança, a taxa básica pode chegar a 8%."

Pela manhã, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) em abril foi de 0,52%, ante a taxa de 0,60% de março. Além disso, a FGV projetou um IPC-S de 0,30% em maio, indicando a continuidade da desaceleração. Apesar disso, o mercado segue preocupado com a inflação projetada para 2013 - ainda mais em um cenário de Selic menor.

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