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Juros avançam com queda da produção industrial

IPC-Fipe superior à expectativa, assim como dados dos EUA, colaboraram para avanço das taxas


	Bovesp: o juro com vencimento para janeiro do ano que vem encerrou a sessão com taxa de 7,13%
 (Divulgação/Facebook/BM&FBovespa)

Bovesp: o juro com vencimento para janeiro do ano que vem encerrou a sessão com taxa de 7,13% (Divulgação/Facebook/BM&FBovespa)

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Da Redação

Publicado em 4 de janeiro de 2013 às 16h29.

São Paulo - Ainda diante de um movimento relativamente pequeno de negócios, as taxas de juros, sobretudo as de longo prazo, reagiram em alta à queda menor do que o esperado em relação à produção industrial de novembro e ao IPC-Fipe acima da mediana das projeções.

No começo do dia, a expectativa positiva antes da divulgação dos dados do mercado de trabalho norte-americano (payroll) também deu fôlego ao mercado de juros. Depois, apesar de o indicador dos Estados Unidos ter vindo aquém do esperado, a leitura positiva ainda prevaleceu, pois pode levar o Fed a adiar a retirada de estímulos da economia.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o juro com vencimento em janeiro de 2014 (99.420 contratos) projetava taxa de 7,13%, de 7,11% no ajuste. O juro para janeiro de 2015 (99.405 contratos) indicava 7,74%, de 7,70%, na quinta-feira (03). Entre os vencimentos mais longos, o DI para janeiro de 2017 (122.540 contratos) tinha taxa de 8,49%, ante 8,42% na véspera, e o contrato para janeiro de 2021 (8.045 contratos) marcava 9,16%, ante 9,09% no ajuste anterior.

Logo cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a produção industrial de novembro recuou 0,6%, ante mediana de -1% encontrada pelo AE Projeções com base nas estimativas do mercado. Além disso, o instituto revisou a taxa de outubro ante setembro (de +0,9% para +0,1%) e de setembro ante agosto (de -0,6% para -0,7%).

Segundo o economista da Votorantim Corretora Alexandre Andrade, a queda na produção da indústria brasileira foi pontual e provocada por uma antecipação de compra por parte dos consumidores que correram às lojas em outubro para aproveitar isenções fiscais a determinado grupo de produtos. De acordo com ele, esse quadro mostra que a recuperação da indústria ainda é frágil, mas com perspectiva positiva para o primeiro semestre de 2013.


Diante dos sinais, ainda tênues, de recuperação, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista à Dow Jones, afirmou que o governo brasileiro planeja reduzir as políticas para enfraquecer a moeda e diminuir as taxas de juros em 2013, à medida que o crescimento econômico começa a se recuperar após dois anos de crise, disse. "O ano de 2013 vai ser mais calmo, com menos medidas, porque elas já foram tomadas", afirmou. "As políticas monetárias e cambiais estão ajustadas."

Mas a inflação ainda segue em patamares elevados e deve subir ainda mais com a retomada da economia. Hoje, a Fipe informou que a inflação medida pelo IPC atingiu 0,78% em dezembro e encerrou 2012 em 5,10%.

No exterior, a cautela ainda prevaleceu, com bolsas em leve alta e commodities em queda. Nesta sexta-feira, o relatório do mercado de trabalho norte-americano (payroll) apontou criação líquida de 155 mil vagas de emprego nos EUA em dezembro, abaixo dos 160 mil esperados. A taxa de desemprego ficou em 7,8%, acima das estimativas de 7,7%. No entanto, alguns profissionais avaliaram que, com o dado do mercado de trabalho abaixo do projetado, diminuíram as chances de o programa de compra de ativos do Federal Reserve ser interrompido mais cedo. Na ata de ontem, o BC norte-americano mostrava uma divisão entre os diretores da instituição sobre a continuidade do programa.

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