Mercados

Juro futuro fecha nas máximas por salto do dólar e Fed

O dólar disparou e superou R$ 2,45, fazendo os juros futuros acelerarem a alta e encerrarem nas máximas desta quarta-feira, 21


	Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro janeiro de 2014 (327.495 contratos) marcava 9,20%
 (Paulo Fridman/Bloomberg News)

Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro janeiro de 2014 (327.495 contratos) marcava 9,20% (Paulo Fridman/Bloomberg News)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2013 às 17h22.

São Paulo - A ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed) trouxe sinais difusos. Pela reação das taxas de juros e do dólar, entretanto, prevaleceu a leitura de que o banco central norte-americano deva começar a reduzir os estímulos à economia dos Estados Unidos no curto prazo, ainda sem clareza quanto à data.

O dólar disparou e superou R$ 2,45, fazendo os juros futuros acelerarem a alta e encerrarem nas máximas desta quarta-feira, 21.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro janeiro de 2014 (327.495 contratos) marcava 9,20%, de 9,15% no ajuste anterior e 9,16% instantes antes de a ata do Fed ser conhecida.

O vencimento para janeiro de 2015 (509.965 contratos) indicava taxa de 10,46%, de 10,26% na véspera e 10,37% antes do Fed. Na ponta mais longa, o contrato para janeiro de 2017 (235.290 contratos) apontava 11,86%, ante 11,52% na véspera e 11,69% pré-Fed.

O DI para janeiro de 2021 (7.540 contratos) estava em 12,16%, de 11,82% no ajuste anterior e 12,03% antes do Fed.


De acordo com o economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano, os investidores em juros reagem conforme o câmbio.

"Com o dólar na casa de R$ 2,40, o que representa uma valorização de cerca de 20% no ano, o impacto na inflação seria de 1,50 ponto porcentual", afirmou Serrano. "A atividade mais fraca pode amenizar esse impacto do câmbio, mas não seria o suficiente para absorver tudo isso", continuou.

A disparada da divisa dos EUA, após o Fed, forçou o BC a convocar um novo leilão de até 40 mil contratos de swap cambial, após uma operação de rolagem de 20 mil contratos feita pela manhã.

O BC colocou 35,6 mil contratos (US$ 1,774 bilhão) e ajudou o dólar a perder intensidade. A moeda dos EUA no mercado à vista de balcão, contudo, fechou com alta de 1,75%, a R$ 2,4360 - maior valor desde 2 de março de 2009.

As incertezas fizeram o presidente do BC, Alexandre Tombini, cancelar a viagem que faria aos Estados Unidos, onde participaria do "2013 Economic Policy Symposium", promovido pelo Federal Reserve Bank of Kansas City, em Jackson Hole (Wyoming). Segundo a assessoria do BC, Tombini decidiu ficar para acompanhar de perto os mercados.

Nem mesmo a inflação relativamente comportada e a atividade fraca seguraram os juros. O IPCA-15 subiu 0,16% em agosto, ante 0,07% em julho, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O saldo líquido de empregos formais gerados em julho foi de apenas 41.463 vagas, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O saldo é o menor para o mês desde 2003 (sem ajuste) e ficou abaixo do piso das estimativas coletadas pelo AE Projeções, de 70 mil vagas.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólar comercialJurosTaxas

Mais de Mercados

Ações da Usiminas (USIM5) caem 16% após balanço; entenda

"Se tentar prever a direção do mercado, vai errar mais do que acertar", diz Bahia Asset

"O dólar é o grande quebra-cabeça das políticas de Trump", diz Luis Otavio Leal, da G5 Partners

Ibovespa fecha em alta de mais de 1% puxado por Vale (VALE3)

Mais na Exame