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Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2011 às 18h37.
São Paulo - As projeções de juros subiram nesta sexta-feira, em um movimento técnico em um dia de agenda doméstica esvaziada.
No call das 16h, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) janeiro de 2012 <2DIJF2> projetava 12,42 por cento, ante 12,36 por cento no ajuste da véspera.
O DI janeiro de 2013 <2DIJF3> estava em 12,90 por cento, comparado a 12,82 por cento antes.
"Há uma expectativa do mercado quanto ao reajuste do salário mínimo, que vai mostrar ou não a credibilidade do ajuste fiscal que o govenro vai fazer, e tem a desconfiança sobre o rigor fiscal do novo governo", disse Eduardo Galasini, gerente de renda fixa do Banco Banif.
Nesta sexta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reuniu-se com centrais sindicais para debater o reajuste do mínimo. Não houve acordo, mas o ministro disse que o governo quer renovar o acordo para o reajuste do salário mínimo que valeu até 2010 [ID:nN04216347].
O mercado aguarda para a semana que vem o anúncio dos cortes do Orçamento, para ver o comprometimento do governo com a questão fiscal.
Muitos analistas dizem que se o governo também atuar no lado fiscal para ajudar a conter a demanda, o aperto monetário feito pelo Banco Central neste ano pode ser mais ameno. Caso contrário, muitos no mercado devem elevar suas previsões para a Selic em 2011. Por enquanto, a maioria projeta um ajuste de 1,50 ponto percentual, sendo que 0,50 ponto percentual já foi dado em janeiro.
"Tem também a crise no Egito, que pressiona o petróleo, o que tem uma pressão inflacionária", acrescentou Galasini.
A agenda interna foi esvaziada nesta sessão. Em meio a isso, pela manhã operadores citaram ajustes técnicos para a alta do mercado.
A semana que vem, por outro lado, deve ter mais notícias para o mercado. Sairão números de inflação --incluindo o IPCA de janeiro, que deve mostrar alta.
Pesquisa da Reuters publicada nesta tarde mostrou que a mediana de 12 previsões apontou para janeiro uma elevação de 0,79 por cento do Índice de Preços ao Consumidor após o avanço de 0,63 por cento em dezembro. A pressão vem sobretudo de transportes, em razão do reajuste de ônibus urbano em algumas capitais brasileiras, e do aumento sazonal dos aluguéis [ID:nN04135371].
(Edição de Nathália Ferreira)