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JBS perde rentabilidade na renda-fixa com avanço sobre Sara Lee

Rentabilidade dos títulos da dívida externa da JBS está abaixo do ganho de outras empresas brasileiras, como da Marfrig, sua principal rival

Especulações sobre a aquisição da Sara Lee derruba rentabilidade de títulos da JBS (Manoel Marques/VEJA)

Especulações sobre a aquisição da Sara Lee derruba rentabilidade de títulos da JBS (Manoel Marques/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2011 às 07h51.

Nova York - A rentabilidade dos títulos da dívida externa da JBS SA caiu e está abaixo de outras empresas brasileiras diante de especulações sobre uma potencial aquisição da americana Sara Lee Corp. A transação aumentaria o endividamento do frigorífico.

Os papéis da JBS com cupom de 8,25 por cento e vencimento em 2018 acumulam ganho de 0,1 por cento desde 20 de dezembro, contra uma alta de 1,2 por cento nos títulos da Marfrig Alimentos SA, segundo maior frigorífico da América Latina, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Os papéis corporativos brasileiros registram alta de 0,4 por cento no período, de acordo com o índice CEMBI do JPMorgan Chase & Co.

A Sara Lee, com sede em Downers Grove, Illinois, seria a décima quinta aquisição anunciada ou fechada pela JBS desde 2007. As compras até agora, num valor total de US$ 19,1 bilhões, elevaram a dívida da JBS para US$ 8,3 bilhões no terceiro trimestre de 2010, quase quatro vezes mais do que um ano antes, segundo documentos oficiais. A Sara Lee, com valor de mercado de US$ 11 bilhões, é uma aquisição cara e desnecessária para a JBS, disse Bevan Rosenbloom, analista da RBS Securities Inc.

“O desempenho pior está sendo causado pelo temor de que a aquisição seja financiada com dívida”, Rosenbloom disse numa entrevista por telefone de Stamford, Connecticut. “Se eles venderem títulos, isso vai acabar com o espaço dos detentores da dívida e diluir o investimento deles.”

As empresas continuam a negociar após a Sara Lee rejeitar uma oferta da JBS, disse uma pessoa diretamente envolvida na transação em 23 de dezembro. A assessoria da JBS e Alissa Bolton, porta-voz da Sara Lee, se recusaram a fazer comentários.

A oferta da JBS foi inferior ao preço máximo de US$ 17,62 atingido pela ação da Sara Lee durante o pregão de 17 de dezembro, quando o Wall Street Journal publicou que as duas empresas estavam em negociações, disseram duas pessoas com conehcimento do assunto no dia 20 de dezembro.

Distribuição mais ampla

A JBS, que controla mais de 10 por cento do processamento global de carne bovina, busca expandir sua rede de distribuição em meio à alta dos preços do gado. A empresa comprou uma participação majoritária na Pilgrim Pride’s Corp., sediada em Pittsburg, Texas, por US$ 800 milhões em dinheiro, a Bertin SA e a processadora australiana de carne de cordeiro Tatiara Meat Co.

A JBS recebeu um empréstimo de R$ 3,48 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social em dezembro de 2009 para ajudar a financiar as aquisições da Pilgrim’s Pride e da Bertin. No mês passado, a empresa disse que estava em negociações avançadas para vender R$ 4 bilhões em títulos de cupom 8,5 por cento para o BNDES para refinanciar sua dívida com o banco estatal.

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