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IPOs no Brasil devem sair com ações mais baratas, diz Landers

Das cinco companhias que estrearam na BM&FBovespa em 2011, somente a Arezzo Indústria e Comércio SA vendeu ações no topo da faixa estimada pelo banco coordenador

Estreia da Arezzo na BM&FBovespa: única com ação no topo da faixa (Marcel Salim/EXAME.com)

Estreia da Arezzo na BM&FBovespa: única com ação no topo da faixa (Marcel Salim/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de abril de 2011 às 18h17.

São Paulo - As empresas que pretendem abrir capital na bolsa brasileira deverão reduzir os preços de suas ações nas ofertas se quiserem atrair o investidor, disse o diretor para América Latina da BlackRock Inc., Will Landers.

“Se eles quiserem que fundos como os nossos participem, sem dúvida, vão precisar de múltiplos mais baixos”, disse o executivo em entrevista na Bloomberg hoje, em São Paulo.

Das cinco companhias que estrearam na BM&FBovespa em 2011, somente a Arezzo Indústria e Comércio SA vendeu ações no topo da faixa estimada pelo banco coordenador. A International Meal Company Holdings SA e seus controladores venderam ações no limite inferior. As ações de QGEP Participações SA, Autometal SA e Sonae Sierra Brasil SA saíram abaixo dos pisos estimados pelos bancos de investimento nos prospectos das ofertas.

“A regra do jogo é essa: se o risco é maior, você vai pagar um múltiplo mais baixo para te compensar pelo risco maior desse investimento”, disse Landers, que administra US$ 10,5 bilhões em recursos de fundos de ações com foco em América Latina.

Ontem, a T4F Entretenimento SA disse que vendeu, junto com seus acionistas, ações a R$ 16,00, no intervalo da faixa de preço, de R$ 14,50 a R$ 18,50. Os papéis começam a ser negociados amanhã.

‘Mercado mais barato’

Comparada aos demais mercados da América Latina, a bolsa brasileira é considerada barata pelo executivo.

“Se a gente olha o Brasil contra o resto da América Latina, a gente continua a ser o mercado mais barato”, disse Landers.

O Ibovespa negocia a uma relação de preço das ações sobre lucro das companhias de 11,3 vezes, considerando as estimativas para 2011, segundo dados da Bloomberg. O mesmo dado para o índice IPC, da bolsa mexicana, aponta preço/lucro de 17,8 vezes.

Em 2011, o índice da bolsa brasileira acumula queda de 3,3 por cento, o pior desempenho entre os principais índices das bolsas das Américas. Os índices europeus FTSE 100, de Londres, DAX, de Frankfurt, e CAC 40, de Paris, acumulam ganho entre 1,1 por cento e 4,5 por cento. Nos Estados Unidos, o Dow Jones tem valorização de 5,9 por cento este ano.

O principal indicador da bolsa brasileira deve chegar ao fim de 2011 aos 85.000 pontos, disse Will Landers. Isso representaria uma valorização de 27 por cento em relação ao fechamento de hoje, em que o Ibovespa caiu 1,9 por cento, para 66.896 pontos.

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