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Vivara precifica IPO a R$ 24 por ação; oferta movimenta R$ 2,3 bi

Valor por papel ficou no meio da faixa indicativa definida pelos bancos assessores da operação, entre R$ 21,17 e R$ 25,40

Vivara: IPO da varejista de joias será na próxima quinta-feira (10) (Vivara/Facebook/Reprodução)

Vivara: IPO da varejista de joias será na próxima quinta-feira (10) (Vivara/Facebook/Reprodução)

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Reuters

Publicado em 8 de outubro de 2019 às 19h11.

Última atualização em 10 de outubro de 2019 às 16h02.

São Paulo — A rede de joalherias Vivara precificou sua oferta pública inicial de ações (IPO) a 24 reais por papel, informou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça-feira (8). O preço ficou no meio da faixa indicativa definida pelos bancos assessores da operação, entre 21,17 e 25,40 reais.

Com esse preço, o lote de ações ofertado totalizou 2,3 bilhões de reais. Na tranche primária, foram vendidas 18.894.662 ações, com volume financeiro de 453,5 milhões de reais, recursos que irão para o caixa da empresa.

Na oferta secundária, que teve como acionistas vendedores Nelson Kaufman, Marcio Kaufman, Paulo Kruglensky e Marina Kaufman Bueno Neto, em operação que movimentou 76.759.564 ações, com giro financeiro de 1,842 bilhão de reais. Assim, cerca de 80% da oferta ficará com a família fundadora, percentual criticado por analistas.

A empresa, dona das marcas Vivara, Life by Vivara, Vivara Watches, Vivara Fragrances e Vivara Accessories, estreia no pregão da B3 com o código VIVA3 na quinta-feira 10. O período de reserva terminou das ações terminou na segunda-feira 7. 

Empresa familiar fundada em 1962 pelo avô do atual presidente, Marcio Kaufman, a Vivara é hoje a maior rede de joalherias do Brasil, com cerca de 10% de um mercado altamente pulverizado. Com a venda das ações, a empresa pode passar a valer 6 bilhões de reais, quase seis vezes seu faturamento de 1,1 bilhão de reais em 2018.

O lucro no ano passado foi de 198,4 milhões de reais. Atuando em modelo vertical, a empresa produz as próprias peças na Zona Franca de Manaus, com uma margem bruta de 70% em 2018.

Com preço das ações, o IPO pode levantar cerca de 2 bilhões de reais, mais de 60% ficando com a família fundadora — um percentual criticado por investidores. Com o restante do dinheiro, a empresa pretende dobrar os atuais 234 pontos de venda e abrir 50 novas lojas por ano. Para crescer em ritmo forte, abrir lojas físicas será imprescindível, já que as vendas online ainda respondem por apenas 8% do faturamento no primeiro semestre de 2019.

Além das joias, a Vivara vende produtos como perfumes, óculos e relógios. Um dos passos nos últimos anos rumo à modernização da companhia foi a marca Life Vivara, com foco no público jovem e com menos ouro — lançado em 2014, o rótulo já tem 32% da receita, ante 49% da marca Vivara tradicional, voltada ao público mais velho.

O IPO da Vivara será o primeiro de uma série de cerca de 18 ofertas que ainda podem ser feitas bolsa no restante do ano, segundo a consultoria Guide. As ofertas dariam uma injeção de ânimo no mercado brasileiro após quedas bruscas nos últimos dias. Os maiores IPOs devem ser os do banco BMG e da varejista C&A, além da oferta subsequente de ações (follow-on) do Banco do Brasil.

Os analistas estão animados com a Vivara. A procura pelas ações, mesmo consideradas “caras” por estarem com preço batendo no teto, foi cinco vezes maior do que a oferta, segundo informou um analista a EXAME. Estimativas apontam que a ação ainda pode valorizar outros 20% nos próximos meses.

Parte do otimismo com as joias vem da confiança em uma retomada econômica. Como a Vivara tem produtos que vão de 150 reais a 100.000 reais, consegue atender, além da elite, público das classes B e C.

Assim, a empresa deve conseguir aproveitar uma eventual volta do consumo da classe média, principal responsável por fazer o mercado de luxo ter alta de mais de 20% no Brasil até 2023, segundo a consultoria Euromonitor. Já as famílias de alta renda são menos atingidas por crises, de modo que a joalheria conseguiu ter um tombo menor nos anos de baixa no Brasil.

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