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IOF tem impacto no curto prazo, mas dólar segue em alta

Redução para zero do IOF no mercado futuro de dólar deve reduzir a pressão sobre a moeda americana, mas alta vai continuar por conta do cenário internacional


	Pessoa manipula notas de dólar: segundo o banco britânico HSBC, a medida deve fazer o real se valorizar diante de outras moedas no curto prazo
 (REUTERS/Soe Zeya Tun)

Pessoa manipula notas de dólar: segundo o banco britânico HSBC, a medida deve fazer o real se valorizar diante de outras moedas no curto prazo (REUTERS/Soe Zeya Tun)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 15h08.

São Paulo - A redução de 1% para zero do IOF no mercado futuro de dólar, anunciada ontem à noite pelo governo, deve reduzir a pressão sobre a moeda americana, mas a tendência de alta vai continuar por conta do cenário internacional e por fatores locais negativos, avaliam bancos e consultorias. Segundo o banco britânico HSBC, a medida deve fazer o real se valorizar diante de outras moedas no curto prazo, mas os fundamentos permanecem fracos e apontam para uma desvalorização da moeda brasileira no médio prazo.

Segundo o banco, a mudança, a segunda em duas semanas, buscando atrair dólares e conter a desvalorização do real, mostra que as autoridades estão comprometidas em tentar reduzir as oscilações da moeda. Na terça-feira da semana passada, o governo eliminou o IOF de 6% sobre aplicações de renda fixa de estrangeiros no Brasil.

Mas o HSBC chama a atenção que a eliminação do IOF nos mercados futuros tem menos efeito para aumentar a entrada de divisas do que o corte do imposto das aplicações financeiras da semana passada. Além disso, o mercado já vinha evitando o IOF sobre futuros operando no mercado internacional.

Assim, o impacto pode ser uma redução no spread (diferença) entre as operações locais e internacionais. “O fato é que a retirada do IOF ajuda a restaurar a transparência e a eficiência ao mercado, o que é por si só positivo”, avalia o banco em relatório.

Para o HSBC, o preço de R$ 2,15 não seria um teto para o Banco Central, mas há uma tentativa das autoridades de evitar maiores desvalorizações da moeda no futuro. O importante é que a normalização do mercado de câmbio está sendo acompanhada em uma maior acomodação da política econômica,diz o relatório.


O banco espera que amanhã sejam anunciadas medidas fiscais para acalmar as projeções pessimistas de analistas que esperam deterioração nas contas públicas. Mas acredita que a tendência do real é seguir se depreciando diante do dólar, diante da piora da contas externas e do cenário de fluxos internacionais.

Fatores internos, especialmente a inflação e o crescimento da economia, assim como externos, como preços das commodities e evolução do dólar, vão definir a relação de preços do real .

Já a MCM Consultores vê impacto limitado na retirada do IOF sobre futuros pois os bancos já haviam criado canais para contornar o imposto, como operações de fundos. Além disso, são limitados os incentivos hoje de assumir posições vendidas em câmbio no momento atual, visto que há um claro processo de fortalecimento do dólar diante das moedas dos países emergentes.

Também a LCA Consultores considera que o fim do IOF nas operações futuras acaba por “se revelar o barateamento de algo que ninguém mais quer”, uma vez que as posições vendidas faziam sentido quando o dólar estava e queda, não em alta como hoje. Assim, a consultoria acha que a medida não deverá ser uma “panaceia” para a intenção do governo de apreciar o real.

Da mesma forma, o banco britânico Barclays saúda o fim do IOF nos futuros, por eliminar os custos de transação e a distorção criada pelo governo. Mas deve ter impacto limitado nos preços do dólar à vista, da mesma forma como ocorreu na semana passada, quando foi retirado o imposto sobre aplicações de estrangeiros em renda fixa. “As condições globais negativas e as crescentes preocupações fiscais locais devem continuar a dominar os fluxos, apesar dos retornos bastante atrativos dos ativos”, avalia o banco em relatório.

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