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Investidores entram com ação contra JBS nos EUA

Os investidores que fazem parte da ação compraram papéis da JBS em Nova York entre 2 de junho de 2015 e 17 de março de 2017

 (Ueslei Marcelino/Reuters)

(Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de março de 2017 às 11h08.

Última atualização em 25 de março de 2017 às 11h48.

Nova York - Uma ação conjunta de investidores contra a JBS S/A, Wesley Mendonça Batista e Gilberto Tomazoni foi movida ontem na corte do distrito leste de Pennsylvania, nos Estados Unidos.

No documento, que foi protocolado pela Leonforte Holdings, são solicitadas compensações financeiras por prejuízos que os investidores registraram pela aquisição de papéis da companhia, sobretudo após a realização da Operação Carne Fraca pela Polícia Federal, há uma semana, na qual a JBS é suspeita de participar de um esquema de corrupção de fiscais para permitir a venda de carne adulterada. Os advogados demandam que o caso seja levado a julgamento.

Os investidores que fazem parte da ação compraram papéis da JBS em Nova York entre 2 de junho de 2015 e 17 de março de 2017. A ação conjunta, ou class action, como é conhecida nos EUA, aponta que os preços desses ativos financeiros foram "inflados artificialmente" de forma deliberada pela companhia, por Batista e Tomazoni.

"Executivos da JBS pagaram propinas para reguladores e políticos para subverter inspeções de alimentos de suas fábricas e a supervisão de práticas sanitárias, como o processamento de carne podre e dirigir plantas com rastros de salmonela", aponta a ação conjunta. "De acordo com autoridades brasileiras, a JBS 'não se importava sobre a qualidade da carne ou alimentos'." E o documento enfatiza que "os acusados falsificaram documentos relativos a exportações para Europa, China e Oriente Médio."

Nesse contexto, a ação conjunta aponta que as informações prestadas pela companhia e seus principais executivos enganou o juízo dos investidores, o que provocou perdas financeiras substanciais.

Prazo

A ação pode levar de dois a quatro anos para ser julgada, com base em casos semelhantes analisados pelo Judiciário americano, comentou Phillip Kim, sócio do escritório de advocacia Rosen Law Firm, que defende os investidores. "Mas o tempo exato que levará não é possível precisar neste momento", apontou.

"Trata-se de uma ação forte e acreditamos que tem todas as condições para vencer na Justiça, dadas as evidências expostas na ação, que tratam de atividades de corrupção que provocaram expressivos prejuízos financeiros aos investidores", comentou Kim. A ação foi movida na corte do distrito leste de Pennsylvania, Estado americano onde a companhia tem operações. "As autoridades no Brasil apontam irregularidades muito sérias realizadas por atos de corrupção pela companhia e isso trouxe consequências negativas aos preços de ativos adquiridos pelos investidores", disse Kim.

Procurada, a JBS não se manifestou até o fechamento desta edição.

  • No sábado, 25, a assessoria de imprensa da JBS enviou a EXAME.com seu posicionamento em nota:"A JBS não foi formalmente citada na ação e, portanto, não irá comentar".
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