Luis Stuhlberger, gestor do Verde (Germano Lüders/EXAME/Exame)
Karla Mamona
Publicado em 12 de setembro de 2018 às 06h32.
Última atualização em 12 de setembro de 2018 às 06h32.
São Paulo - O mercado financeiro deve continuar numa "busca frenética" para tentar refletir diariamente a mudança de probabilidades do cenário eleitoral. Essa é a opinião dos gestores do Verde, um dos maiores fundos multimercado do mundo, que acabam de divulgar o relatório de desempenho de agosto.
Segundo os gestores escrevem no relatório, "a volatilidade dos preços foi, até aqui, maior que a volatilidade das pesquisas" de intenção de voto. "Ainda temos quase dois meses pela frente até o segundo turno e não é óbvio que isso irá mudar", acrescentam. A equipe do Verde é chefiada por Luis Stuhlberger.
Depois de subir 1,64% na quinta-feira, o Ibovespa fechou quase perto da estabilidade na segunda-feira e ontem desabou, com queda de mais de 2,30%.
Muitos gestores de fundos multimercado vêm tendo dificuldades em gerar retorno num ambiente de tantos altos e baixos, e o Verde é um deles. No acumulado do ano até agosto, o fundo rendeu 3,9%, menos que os 4,3% do CDI.
Além da volatilidade causada pelo cenário eleitoral, o fundo foi prejudicado pelas crises de Turquia e Argentina. “A previsão de calmaria em agosto, após a melhora de sentimento de julho, e antes do início da campanha eleitoral, se provou grosseiramente errada”, diz o relatório.
Antes de 2018, a rentabilidade do Verde ficou abaixo do CDI em três anos (2008, quando teve perdas, 2014 e 2017). O rendimento acumulado desde que o fundo foi criado, em 1997, porém, continua impressionante: é de cerca de 15 200%, enquanto o CDI ficou em menos de 2 000% no período.
Os gestores informam que aproveitaram a instabilidade de agosto para aumentar "marginalmente" os investimentos na bolsa, apesar de o fundo ter registrado perdas no portfólio de ações no Brasil. Além disso, mantiveram posições em juro real na parte intermediária da curva, com proteção em posições tomadas em juros americanos.