Ibovespa vai assimilar momento econômico em 2011, diz Planner (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2011 às 06h00.
São Paulo - Mesmo em um ano marcado por confiança e estabilidade econômica, o momento otimista não se refletiu na BM&FBovespa em 2010: o mercado de ações nacional não pagou o excedente de performance do Brasil. Se em 2009 o Ibovespa subiu mais de 80%, as notícias não foram tão boas para o investidor no ano que terminou, com o principal índice da bolsa valorizado em apenas 1%.
O ano de 2011 começa tão promissor quanto o que acabou, e para alguns, não parece errado olhar o desempenho das principais ações da bolsa com algum ceticismo. Para a corretora Planner, no entanto, parecem haver sinais suficientes para apostar na força do Ibovespa. “Vemos um contexto de maior relevância para o Brasil, minimizando a volatilidade dos negócios”, diz a instituição financeira em relatório desta quarta-feira (19). De acordo com projeções da Planner, o cenário é suficiente para impulsionar o Ibovespa aos 87.578 pontos este ano.
“O mercado não acompanhou o bom momento do Brasil, mas tem plenas condições em 2011”, diz o estudo. Para a Planner, tomando-se como base as empresas que compõem a carteira teórica do índice, os resultados devem crescer 12% para 2011, após projeção de crescimento de 43,3% para 2010, com respectivos múltiplos de 11,3 vezes e 12,6 vezes. “Apesar de 2010 ter sido um ano praticamente zerado em termos de Ibovespa, vivemos um ambiente nervoso, de ganhos curtos, por conta do início de ajustes que consideramos em parte antecipados e que devem ser miminizados em 2011”, diz o relatório.
Outro ponto a favor do índice da bolsa nacional são seus múltiplos atrativos e vantajosos quando comparados na América Latina, onde países como Colômbia e Peru apresentaram performances significativamente maiores do que o Ibovespa até agora, aponta a corretora. “Esse diferencial de retorno e dividendos do Ibovespa não justifica quedas mais acentuadas do índice“, defende o estudo.
O otimismo dos analistas leva em conta a continuidade de um dólar depreciado, com reflexo positivo nos preços das commodities, e os Estados Unidos recuperando-se a passos ainda tímidos, mas já gerando empregos. Na Europa, especificamente na Zona do Euro, as medidas de ajustes fiscais impedirão recuperação necessária, mas redirecionando os países a maior estabilidade. Por outro lado, entre os possíveis geradores de turbulências, a Planner aponta a China e seu monitoramento cuidadoso do crescimento econômico como maior ameaça. O trabalho de tratamento da inflação e preços no setor imobiliário pode gerar alguma instabilidade, apontam. “No entanto, isso é muito importante para que haja crescimentos futuros harmoniosos”, defende a Planner.