Operadores na Bovespa (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 15 de maio de 2012 às 11h57.
São Paulo - O Ibovespa sobe depois de cinco sessões seguidas de baixa. Os múltiplos de ações no menor nível em quatro meses atraem investidores e compensam os receios de que novas eleições na Grécia possam agravar a crise europeia.
A construtora Cyrela Brazil Realty SA Empreendimentos e Participações se recupera do nível mais baixo em seis meses após anunciar lucro que superou as estimativas de analistas. A MMX Mineração & Metálicos SA lidera os ganhos entre as produtoras de commodities. O índice Standard & Poor’s GSCI de 24 matérias- primas avança pela primeira vez em 10 dias.
O Ibovespa ganhava 0,2 por cento, aos 57.705,08, às 11:45. Das 68 ações que compõem o índice, 40 subiam, enquanto 27 caíam e uma mostrava estabilidade. O dólar subia 0,03 por cento, cotado a R$ 1,9968.
“Se a bolsa não tem andado muito bem recentemente, é porque o cenário externo está fazendo muita gente evitar ativos de mais risco”, disse Alexandre Ghirghi, gestor de carteira da Método Investimentos, em entrevista por telefone de São Paulo. “Se o mercado estivesse olhando só para fundamentos, as coisas seriam bem diferentes.”
O Ibovespa é negociado a 9,5 vezes a estimativa de ganhos dos analistas para os próximos quatro trimestres, a menor taxa desde 16 de janeiro, segundo dados semanais levantados pela Bloomberg. A taxa do índice MSCI Inc. das ações de 21 países em desenvolvimento está em 10,1.
A Cyrela avançava 3,5 por cento, para R$ 14,82. A empresa disse que seu lucro líquido subiu para R$ 118 milhões em relação ao ganho de R$ 74 milhões no mesmo período do ano passado, superando a estimativa média de nove analistas consultados pela Bloomberg, que era de um lucro líquido ajustado de R$ 115 milhões.
A MMX subia 2 por cento a R$ 7,77.
Mais cedo, o Ibovespa recuou até 0,7 por cento após Evangelos Venizelos, líder do partido Pasok, dizer que a Grécia realizará novas eleições depois do fracasso do presidente Karolos Papoulias em articular a criação de um novo governo, que sucedeu a eleição sem consequências de 6 de maio.
O Ibovespa acumula perda de 16 por cento desde a máxima deste ano, registrada em 13 de março, com o aumento dos receios sobre a Europa e com especulações de que a desaceleração da China, maior parceiro comercial do Brasil, seja mais forte que o esperado.
Os investidores negociaram R$ 6,3 bilhões na bolsa ontem.
A média diária de movimentação este ano foi de R$ 7,2 bilhões até 10 de maio, segundo dados da própria BM&FBovespa.