A bolsa brasileira fechou no terreno negativo, nesta terça-feira, 12, após mudar de direção, com os investidores repercutindo os possíveis impactos políticos do vídeo da reunião ministerial do presidente Jair Bolsonaro. O Ibovespa, principal índice de ações, caiu 1,5% e encerrou em 77.871,95 pontos. 

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Segundo informações do site O Antagonista, que classifica o conteúdo como "devastador", no vídeo,  o presidente associa a troca da superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro à necessidade de proteger sua família. 

Apesar da gravidade das possíveis consequências políticas que a publicação do vídeo pode ocasionar ao presidente, o mercado não entrou em pânico, como ocorreu no dia da despedida de Sergio Moro do ministério da Justiça.

“Acho que precisamos ter cautela nesse momento, enquanto o vídeo não vier a público fica difícil fazer uma análise. Mas é claro que incertezas políticas nesse momento tão complicado levam os investidores a buscarem proteção”, disse Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos. 

Para Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, a maior preocupação é com relação ao andamento das reformas. "O problema é quanto disso se traduz em ingovernabilidade", afirmou.

Se o cenário interno não ajudou, o externo tampouco. Depois de abrir em alta, com a expectativa de afrouxamento do isolamento social, o mercado americano também virou para queda, após o imunologista Anthony Fauci alertar o Congresso americano sobre os "sérios" riscos de uma reabertura.

Segundo Chinchila, o tom em que Fauci fez o alerta foi um dos agravantes. “As palavras foram fortes. Ele citou ‘morte’ e ‘sofrimento desnecessário’.” Nos EUA, o S&P 500 fechou em baixa de 2%.

As falas de Fauci reforçam a preocupação com a possibilidade de uma nova onda de contaminação, que vem crescendo desde o fim de semana, quando novos focos do coronavírus covid-19 foram registrados em países que experimentaram alguma flexibilização do isolamento social.

Destaques

Entre as ações com maior representação no Ibovespa, o destaque ficou com os grandes bancos, que chegaram a cair mais de 5% nesta sessão e empurraram o principal índice acionário para baixo. A queda teve como pano de fundo a possibilidade de o Senado limitar os juros do cheque especial e aprovar o aumento da contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL). Os papéis do Santander, Itaú, Banco do Brasil e Bradesco tiveram perdas de 5,18%, 3,73%, 3,52% e 3,18%, respectivamente.