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Ibovespa hoje: IPCA mais fraco sustenta rali de Natal e bolsa fecha em alta pelo 5º pregão seguido

Índice caminha para a maior semana de ganhos desde meados de outubro; nos EUA, PCE surpreende para cima

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 23 de dezembro de 2022 às 10h44.

Última atualização em 23 de dezembro de 2022 às 19h13.

O Ibovespa fechou em alta o pregão de sexta-feira, 23, véspera de Natal. Uma das alavancas foi a divulgação dos dados da inflação de dezembro, que se mostraram abaixo das expectativas do mercado. O IPCA-15, referente à primeira quinzena do mês, arrefeceu de 6,17% para 5,90% no acumulado de 12 meses. O consenso era de queda para 5,92%. Com esse contexto, o dólar caiu nesta sexta.

  • Ibovespa: + 2,04%, 109.697 pontos
  • Dólar: - 0,38%, R$ 5,166

Com a alta de hoje, o Ibovespa chegou ao quinto pregão positivo seguido e à maior alta semanal desde meados de outubro. Até o início do pregão, o ganho acumulado pelo índice era de mais de 4%. Na semana, a desidratação de dois para um ano da PEC que aumenta os gastos do governo para 2023 foi peça central na valorização da bolsa.

"O risco fiscal segue lá, mas a inflação segue contribuindo para que o Banco Central possa fazer cortes de juros no ano que vem. Sem surpresas de fiscal, a inflação deve seguir para baixo no Brasil. Isso ajudou a melhorar o clima no mercado", disse Rodrigo Jolig, CIO da Alphatree Capital.

Ainda de olho na política, o mercado digere positivamente os sinais de maior abertura do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a indicação do vice-presidente Geraldo Alckimin para o Ministério da Indústria e Comércio Exterior. As sinalizações de maior resposabilidade fiscal têm contribuído com a queda dos juros futuros. O DI com vencimento em 2024, que chegou a precificar alta de juros, já voltou a precificar queda no ano que vem. O indicador fechou a 13,47%, ante 13,66% de ajuste anterior. Já o DI para 2027 ficou em 12,77%, de 12,97% de antes.

"A postura do Haddad está mais receptiva e mercado está mais tranquilo em relação a isso. Ações mais impactadas nesse cenário são varejistas e construtoras, que estão subindo no pregão hoje. Se temos um cenário um pouco mais favorável, são setores que sobem pelo crédito mais barato", disse Rodrigo Cohen, analista e co-fundador da Escola de Investimentos.

PCE mantém cautela no exterior

O cenário é pouco diferente os Estados Unidos, onde a inflação voltou a surpreender para cima. Divulgado nesta manhã, o núcleo do índice de Preço sobre Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) de novembro ficou em 0,2% de alta, ante projeção de 0,1%. No acumulado anual, o núcleo do PCE ficou em 4,7%, com o PCE cheio encerrando o mês em 5,5%. O dado é o principal termômetro de inflação do Federal Reserve (Fed).

Índices de Wall Street, que operavam em alta pela manhã no mercado de futuros, perderam força após a divulgação do PCE. As bolsas operaram apenas com uma leve alta. Além do PCE, a maior cautela também refletiu os temores do pregão passado, quando a revisão para cima do PIB dos Estados Unidos provocou queda das ações. Por lá, investidores temem que a economia mais aquecida que a esperada abra caminho para uma política mais dura do Fed no controle da inflação.

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