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Ibovespa fecha em queda em dia de expectativa com fiscal e decisão de juros nos EUA

Mercado também repercute decisão do Copom que elevou a Selic em 0,25 pontos percentuais (p.p.), levando a taxa básica de juros para o patamar dos 11,25%

Ibovespa: mercado repercute decisão do Copom, enquanto aguarda decisão do Fomc (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Ibovespa: mercado repercute decisão do Copom, enquanto aguarda decisão do Fomc (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 7 de novembro de 2024 às 10h48.

Última atualização em 7 de novembro de 2024 às 18h23.

O Ibovespa fechou o pregão desta quinta-feira, 7, em queda de 0,51% aos 129.682 pontos, enquanto o dólar fechou o dia no zero a zero, negociado a R$ 5,675. Ao contrário da véspera, em que a vitória de Donald Trump foi o foco dos mercados globais, hoje, no Brasil, as atenções se voltaram para dois fatores locais e um externo.

O primeiro ponto de atenção local é o anúncio do corte de gastos por parte do governo que foi, mais uma vez, adiado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta quinta-feira com a Junta de Execução Orçamentária (JEO) – grupo de ministros que integram a equipe econômica do governo. Após o fechamento do mercado, a secretaria de comunicação do Planalto informou que a reunião deve continuar a partir das 14h de amanhã.

Sem anúncio fiscal, investidores voltaram suas atenções para a última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na véspera, e para a decisão de juros nos Estados Unidos, divulgada na tarde de hoje.

  • Ibovespa hoje: -0,51% aos 129.682 pontos
  • Dólar comercial: +0,02% aos R$ 5,675

Juros e corte de gastos no Brasil

Ontem, o Banco Central (BC) elevou a Selic em 0,25 pontos percentuais (p.p.), levando a taxa básica de juros para o patamar dos 11,25%. Com isso, a curva de juros de médio e longo prazo do Brasil fortemente nesta manhã, enquanto a de curto sobe.

Mais uma vez, os diretores do Banco Central (BC) sinalizaram que os juros devem voltar a subir nas próximas reuniões, mas não se comprometeram com um percentual específico e nem com o tamanho do ciclo de alta. Em comunicado, os membros do colegiado alertaram para os riscos fiscais no Brasil.

“O Comitê tem acompanhado com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio”, informou o Copom após a reunião.

Segundo Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, esse comunicado mais firme leva a crer ou consolida uma visão de que o Copom vai adotar um ciclo rígido de altas de juros daqui para frente para a Selic.

"Como o documento não trouxe o forward guidance, não sabemos em que patamar esse ciclo de altas pode terminar, mas deu a entender que o Copom vai ser bastante firme para tentar reancorar as expectativas inflacionárias para o centro da meta do Banco Central (BC)."

E, por falar em política fiscal, investidores locais aguardam com ansiedade o anúncio das medidas de corte de gastos. Ao longo da semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e diversos ministros se reuniram para planejar o pacote.

Ontem, o ministro da Fazenda declarou que “há dois detalhes sobre o pacote para fechá-lo com o presidente” nesta quinta-feira. A reunião para fechar as medidas fiscais está prevista para às 9h30.

Juros nos EUA

Um dia após a vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) decidiu reduzir os juros americanos em 25 pontos-base (p.b.), no que foi a penúltima reunião do ano. Com o corte, os juros dos EUA saíram da faixa de 4,75% a 5% para 4,50% a 4,75%.

O corte já está precificado no mercado e - por enquanto - as eleições americanas não alteraram o rumo da política monetária.

Em comunicado, o Fed afirma que a atividade econômica continua a expandir-se em um ritmo sólido, apesar de reconhecer que as as condições do mercado de trabalho arrefereceram desde o início do ano. Porém, enfatiza que a taxa de desemprego ainda permanece baixa e a inflação está um pouco elevada - apesar de ter se aproximado da meta.

A autoridade avalia que os riscos para alcançar suas metas de emprego e inflação estão razoavelmente equilibrados. Entretanto, reforça que "a perspectiva econômica é incerta, e o Comitê está atento aos riscos em ambos os lados de seu duplo mandato."

Como é calculado o índice Bovespa?

O Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média ponderada de uma carteira teórica de ativos. Cada ativo tem um peso na composição do índice, refletindo o desempenho das ações mais negociadas. Se o índice está em 100 mil pontos, o valor da carteira teórica é de R$ 100 mil.

Que horas abre e fecha a bolsa de valores?

Até o dia 1º de novembro (sexta-feira), o horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, e o after market entre 17h30 e 18h. As negociações com o Ibovespa futuro acontecem das 9h às 18h25.

 a partir do dia 4 de novembro (segunda-feira), o fechamento da bolsa ocorrerá uma hora mais tarde. As negociações serão das 10h às 18h, seguindo o horário de verão dos Estados Unidos, com o after market operando das 18h25 às 18h45. O horário da pré-abertura e do início seguem iguais.

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