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Ibovespa opera em queda puxado por Petrobras (PETR4); dólar cai a R$ 5,731

Divisa americana operou em alta nos primeiros minutos da sessão, chegando a cotação de R$ 5,793, mas perdeu força

Ibovespa: Petrobras (PETR4) puxa bolsa para baixo (Germano Lüders/Exame)
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 2 de agosto de 2024 às 10h45.

Após abrir com ligeira alta, o Ibovespa opera, na sessão desta sexta-feira, 2, em queda de 0,24% aos 127.092 pontos. O principal índice acionário da B3 é impactado pela queda da Petrobras (PETR3, PETR4), que cai 2,20% e 1,71%, respectivamente, na esteira da queda do petróleo. A commodity de referência WTI recuava 2,49%, enquanto a do tipo Brent caía 2,14% por volta das 10h40.

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O dólar também recua. Nesta sexta-feira, 2, o dólar cai 0,14% a R$ 5,728. Na sessão anterior, a moeda fechou em alta de 1,43% a R$ 5,735, maior patamar de fechamento desde 21 de dezembro de 2021, quando a divisa americana fechou em R$ 5,739. Apesar da leve desvalorização, a divisa americana chegou a ser cotada em R$ 5,793 nos primeiros minutos da sessão. Isso porque a moeda ainda é impactada por uma somatória de fatores externos..

Ontem, o Índice de Gerentes de Compras (PMI) do setor industrial dos Estados Unidos recuou a 46,8 pontos em julho, abaixo dos 48,9 pontos previstos por analistas – um sinal de contração econômica. Além disso, os pedidos de seguro-desemprego nos EUA totalizaram 249 mil na semana passada, número acima dos 235 mil esperados pelo mercado.

Outro ponto que deixou os investidores em alerta foram os balanços frustrantes das big techs, como o da Intel (ITLC34), que reverteu o lucro de R$ 1,5 bilhões registrado no segundo trimestre de 2023, e registrou prejuízo de US$ 1,6 bilhão no segundo trimestre de 2024.

Já a Amazon (AMZO34) registrou um lucro líquido de US$ 13,48 bilhões de abril a junho, praticamente o dobro dos US$ 6,75 bilhões reportados no mesmo período do ano anterior, mas a receita ficou abaixo das expectativas, em US$ 147,98 ante os US$ 148,7 bilhões previstos pelo mercado.

Analistas e investidores temem que o Fed esteja demorando muito para cortar os juros, colocando os EUA em risco de recessão. A consequência foi um movimento de queda generalizada nas bolsas americanas ontem, com S&P 500 caindo 1,37%, enquanto Nasdaq desvalorizou 2,50% e Dow Jones fechou em queda de 1,21%. O movimento ainda se estende nesta sexta-feira na abertura.

Segundo Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, dados mais fracos para os Estados Unidos estão reforçando uma percepção de growth scare no país, ou seja, um receio entre investidores de que a economia americana possa estar se desacelerando de forma mais rápida e intensa do que o esperado.

“De certa forma, a conclusão que estão criando é que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) acabou deixando as condições monetárias mais apertadas do que o necessário e está provocando uma desaceleração rápida da atividade econômica do país. Ainda é cedo para saber se esse é o caso, mas os primeiros indicadores têm sugerido essa possibilidade”, afirma Mattos.

Payroll

Colaborando com a tese de que a economia americana possa estar se desacelerando mais do que o previsto, o Departamento de Estatísticas do Trabalho divulgou hoje pela manhã que, seguindo a tendência dos últimos meses, a taxa de desemprego nos EUA em julho cresceu novamente atingindo 4,3% (frente a 4,1% em junho e 3,6% em julho de 2023).

É a maior taxa desde novembro de 2021, superando o consenso de mercado, que esperava manutenção. Na mesma direção,os dados do payroll (relatório de emprego) ficaram muito abaixo das expectativas ao registrar a criação de 114 mil novas vagas, enquanto o consenso previa 176 mil vagas.

Para Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, o resultado reforça a percepção de um enfraquecimento mais evidente no mercado de trabalho, somando-se aos maiores pedidos de seguro-desemprego divulgados ontem, em conjunto com os resultados frustrantes das gigantes de tecnologia nos Estados Unidos.

“O payroll de julho, com números muito abaixo do esperado, contribuiu para reforçar o cenário de incertezas do que pode vir pela frente. Em conjunto com os balanços das big techs, crescem os temores de que uma deterioração mais importante da atividade econômica possa já estar em curso”, pontua Igliori.

Segundo o especialista, o receio reforça a tese de uma parcela do mercado que defende que o Fed já deveria ter iniciado o ciclo de cortes nas taxas de juros.

Como é calculado o índice Bovespa?

Principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real, com base na média do desempenho dessa carteira teórica de ativos, cada uma com seu peso na composição do índice.

Funcionando como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações para o mercado, cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Por isso, se o Ibov está em 100 mil pontos, isso quer dizer que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de R$ 100 mil.

Que horas abre e fecha a bolsa de valores?

O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o aftermarket ocorre entre 17h25 e 17h45. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 16h55.

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