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Ibovespa fecha no zero a zero e dólar sobe ao maior nível desde abril

Alta de Petrobras e bancos não foram suficientes para que o índice acompanhasse a forte recuperação em Wall Street

Painel de cotações na B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações na B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 5 de outubro de 2021 às 17h55.

Última atualização em 5 de outubro de 2021 às 18h04.

Após subir mais de 1% ao longo do dia, o Ibovespa perdeu fôlego nos minutos finais do pregão desta terça-feira, 5. O principal índice da bolsa brasileira descolou do movimento positivo nos mercados internacionais e fechou o dia próximo à estabilidade, em leve alta de 0,06%, aos 110.457 pontos.

Por aqui, os problemas fiscais e o andamento lento das reformas atrapalharam a recuperação da bolsa e afetaram o câmbio. O dólar comercial subiu 0,71%, a 5,485 reais, no maior patamar em mais de cinco meses. Este foi o nível mais alto atingido pela moeda americana desde 23 de abril, quando o dólar encerrou a sessão negociado a 5,4967 reais.

Thomás Gibertoni, especialista de investimentos na Portofino Multi Family Office, cita a indefinição em relação ao Auxílio Brasil, a incerteza sobre precatórios e a preocupação do Congresso sobre preço da gasolina como alguns dos pontos que atrapalharam o andamento do índice nesta terça-feira.

Outro ponto de atenção é a reforma tributária. “Mesmo com cenário externo mais positivo, o Ibovespa não consegue acompanhar tão bem, visto que a reforma tributária está a passos bastante lentos no Senado”, disse Gibertoni à Bloomberg.

Em Wall Street, o dia foi de recuperação após as quedas da véspera, com destaque para as correções nos papéis de tecnologia. O Nasdaq, índice voltado para o setor, subiu 1,25%.

Parte do alívio se deu com números da economia europeia, que saíram melhores do que o esperado. Em praticamente toda Europa, os índices de gerente de compras (PMIs, na sigla em inglês) superaram as estimativas e ficaram acima da linha dos 50 pontos, que divide a contração da expansão econômica. Já o índice de preço ao consumidor (IPP) de agosto ficou em 1,1% na Zona do Euro contra o consenso de alta de 1,3%. Ainda assim, o acumulado anual segue preocupante, a 13,4%. Na Europa, o Stoxx 600 fechou em alta de 1,19%.

Por outro lado, um dos motivos da inflação, a valorização das commodities persiste. Após ter superado os 81 dólares por barril pela primeira vez desde 2018, o petróleo Brent segue em alta, subindo mais de 1,87%, após o aumento de produção acordado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (OPEP+) não ter alterado a perspectiva de traders sobre esse mercado.  

Destaques da bolsa

O dia foi de fortes ganhos para as bluechips, com destaque para as ações da Petrobras (PETR/PETR4) e dos grandes bancos. No caso da petroleira, a valorização do petróleo ajudou a impulsionar os papéis, que subiram 1,8% e 2,22%, ajudando a manter o Ibovespa em terreno positivo. Já a petrolífera privada PetroRio (PRIO3) avançou 0,69%. Fora do Ibovespa, a 3R (RRRP3) subiu 0,28%. No radar dos acionistas da 3R ainda estão a aprovação do Cade de compras de participação no campo Sanhaçu e na Duna Energia.

Entre os grandes bancos, o Banco do Brasil (BBAS3) se destacou, com alta de 4,25%. Com o maior peso do setor, Itaú (ITUB4) avançou 2,34%, enquanto Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) subiram 1,16% e 2,86%, respectivamente.

A maior alta do dia ficou com os papéis do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que subiram 6,8%. No ano, ambos os papéis acumulam perdas de cerca de 60%. Já a Embraer (EMBR3), com alta 177% de alta no ano, registraram hoje um dos piores desempenho do Ibovespa, em queda de 4,53%. 

Já os papéis de tecnologia não conseguiram acompanhar o movimento positivo no exterior e voltaram a ficar na ponta negativa do índice. As principais empresas de tecnologia do Ibovespa fecharam o dia em queda. Méliuz (CASH3) caiu 2,77%, enquanto Totvs (TOTS3) e Locaweb (LWSA3), recuaram 3,07% e 1,88%.

A maior perda ficou com as ações do Banco Pan (BPAN4), que recuaram 6,4%, estendendo as perdas de ontem após o anúncio da compra da Mosaico (MOSI3), dona dos sites Zoom, Bondfaro e Buscapé. Os papéis da Mosaico caíram 9,53% após terem subido 5,55% na véspera.

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