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Ibovespa fecha em alta puxada por Petrobras em sessão sem Wall Street

Índice da B3 subiu 1,46 por cento, a 74.743 pontos, engatando quinto pregão seguido de alta, com ganho no período alcançando 5,85 por cento

Ibovespa: volume financeiro no pregão, contudo, somou apenas 5,575 bilhões de reais (Germano Lüders/Reuters)

Ibovespa: volume financeiro no pregão, contudo, somou apenas 5,575 bilhões de reais (Germano Lüders/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de julho de 2018 às 17h09.

Última atualização em 4 de julho de 2018 às 17h45.

São Paulo - O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, em sessão de liquidez reduzida em razão do feriado nos Estados Unidos, com as ações da Petrobras avançando cerca de 5 por cento após decisão do Tribunal de Contas da União que abre espaço para a realização do leilão do excedente da cessão onerosa até o fim do ano.

O principal índice de ações da B3 subiu 1,46 por cento, a 74.743 pontos, engatando o quinto pregão seguido de alta, com o ganho no período alcançando 5,85 por cento. O Ibovespa fechou perto da máxima do dia, de 74.904 pontos.

O volume financeiro no pregão, contudo, somou apenas 5,575 bilhões de reais, ante uma média diária em 2018 de 11,8 bilhões de reais, uma vez que a ausência de negócios em Wall Street, em razão do feriado norte-americano do Dia da Independência, esvaziou o pregão brasileiro.

Notícias corporativas domésticas ocuparam o foco das atenções, sem grandes novidades no cenário econômico ou no quadro político-eleitoral.

"A recuperação recente parece indicar que os investidores começaram a enxergar 'valuations' bem mais atrativos em diversas empresas do Ibovespa", disse o sócio da gestora Galt Capital, Igor Lima, destacando que o fundamento das empresas não se deteriorou tão intensamente quanto os preços, tornando as ações mais baratas sob a ótica de múltiplos.

"Nos patamares mais altos do Ibovespa no ano, o peso das expectativas (altas) era maior em comparação aos fundamentos. Agora, essa balança parece ter invertido em favor dos fundamentos, que começaram a ser mais relevantes neste ambiente de preços baixos e expectativa marginalmente ruim", argumentou.

Destaques

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON subiram 5,43 e 4,86 por cento, respectivamente, ganhando fôlego na parte da tarde após o TCU decidir que novas exigências do órgão que ameaçavam atrasar tratativas para a realização de um mega leilão de áreas do pré-sal, pré-marcado para 29 de novembro, serão válidas apenas a partir de 2019. Analistas do Bradesco BBI consideraram a notícia positiva, evitando que o leilão fosse adiado para 2019. Eles ponderaram, contudo, que o valor a que a Petrobras tem direito ainda é desconhecido e que devem ser divulgados nos próximos 30 a 60 dias. Na Câmara dos Deputados, parlamentares também votavam destaques de projeto que permite venda de fatia na cessão onerosa pela Petrobras.

- ELETROBRAS ON e ELETROBRAS PNB dispararam 17,99 e 16,61 por cento, respectivamente, após a Câmara dos Deputados aprovar na noite de terça-feira regime de urgência para projeto sobre privatização de distribuidoras da empresa, com analistas estimando que o mesmo deve ser votado ainda nesta sessão.

- JBS valorizou-se 3,66 por cento, tendo no radar que o conselho de administração da empresa de alimentos aprovou programa de recompra de até 10 por cento das ações da companhia em circulação no mercado a partir de 9 de agosto. No setor, MARFRIG avançou 5,24 por cento.

- EMBRAER fechou em alta de 3,73 por cento, após disparar quase 8 por cento, renovando máxima intradia em mais de 2 anos, a 28 reais, em meio a expectativas de que um acordo envolvendo uma potencial combinação dos negócios da fabricante brasileira de aeronaves com a norte-americana Boeing será anunciado em breve.

- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 1,62 por cento, endossando o desempenho positivo do Ibovespadada a relevante participação que tem na composição do índice. BRADESCO PN , outro papel com peso expressivo, subiu 1,4 por cento. BANCO DO BRASIL, que anunciou mudanças em sua diretoria, fechou com acréscimo de 2,87 por cento.

- VALE subiu apenas 0,15 por cento, tendo de pano de fundo queda dos preços do minério de ferro na China.

- KROTON caiu 2,16 por cento, maior declínio do Ibovespa, após forte alta nos últimos dois pregões, quando acumulou valorização de mais de 14 por cento.

- LOJAS RENNER cedeu 0,5 por cento, também entre as maiores quedas do Ibovespa. O UBS cortou o preço-alvo das ações para 34,5 reais ante 37 reais anteriormente, conforme relatório que traz revisão das previsões para a varejista, citando expectativas de crescimento mais fraco em 2018 e pressões maiores de despesas operacionais no primeiro semestre de 2018.

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